Dia desses, conversando com um colega vereador, ele me
inquiria sobre um tema que ele pudesse abordar na tribuna. Eu sugeri alguns,
mas, para todos, ele me apresentou algumas justificativas de não o fazer. Basicamente
ele dizia que eram problemas em que ele compreendia a dificuldade dos governos
e que não queria neles se aprofundar. Eu entendo que, em determinados casos, é
possível que, de uma forma honesta, a gente faça algum registro que
inevitavelmente pode ser entendido como uma crítica a este ou àquele governo.
Um deles é muito momentâneo, permanece aqui e acolá, existem esforços no
sentido da sua equação, mas logo ali adiante o assunto volta à realidade e se
transforma num verdadeiro círculo vicioso. Estou me referindo a um problema
sobre o qual pessoalmente tenho, várias vezes, ocupado a tribuna, e as chamadas
“redes sociais”, feito algumas manifestações por escrito e agora renovo as
mesmas. Refiro-me ao chamado “morador de rua”, que, na opinião de alguns, goza
do direito de ir e vir e, por conseguinte, pode se instalar na via pública. Até
bem pouco tempo, o lugar escolhido era o viaduto Otávio Rocha. E nós, inúmeras
vezes, postulávamos ao governo providências exatamente nesta área que pudessem
representar um verdadeiro exemplo da discordância do Município com esse tipo de
política falsamente assistencial, que estimula, até pela omissão, a renovação
de situações como a que conhecemos por longos anos no viaduto Otávio Rocha e
que, presentemente, nos últimos 90 dias, quando muito, se encontram bastante
contornadas.
Mas, como previa o prefeito da Cidade, na discussão que fizemos sobre
o assunto, nós só conseguimos, transferir de local o problema, porque aqueles
que estavam ocupando permanentemente a área do viaduto Otávio Rocha passaram a
ocupar outras áreas próximas, especialmente na proximidade do Cinema Capitólio,
tido como monumento histórico de Porto Alegre, fruto de uma grande negociação,
encaminhada por esta Câmara, quando aqui se encontrava o professor vereador Antônio
Hohlfeldt, vinculada à área cultural, que conseguiu negociar uma situação, pela
qual a família proprietária do imóvel, num fato, à ocasião não comum, recebeu o
potencial construtivo do imóvel, situado na área central, com direito de
transferi-lo para qualquer ponto da Cidade, o que lhe deu a recuperação econômica
da perda do patrimônio. Então, esse módulo que, tão duramente foi conquistado
pelo patrimônio da Cidade, começa a se desgastar. Faz pouco tempo que ele foi
recuperado, e isso não foi motivo de grandes festejos, como hoje eu estou a
reclamar a circunstância de que ele seja o alvo preferido por essas pessoas que
certamente foram deslocados do viaduto Otávio Rocha e que agora ali se
encontram.
Aliás, essa região de Porto Alegre, nas proximidades do Largo dos
Açorianos, convive com alguns problemas e algumas situações que são marcadas ao
longo do tempo e que já festejaram alguns aniversários, entre elas a
recuperação do Largo dos Açorianos, que é também monumento histórico da Cidade,
que está, há três ou cinco anos, com obras que têm tido as maiores
dificuldades; e agora pensou que, no 80º anúncio de solução, se anunciaria para
que, neste ano, as coisas ficassem resolvidas aqui, no particular. Então, eu
trago esses assuntos à baila novamente. Não posso culpar este governo, o
governo anterior, ou qualquer outro governo, mas quero dizer que essa situação
negativa, no entendimento de cada um de nós, existente na Cidade tem que ser
denunciado da tribuna, referida da tribuna como uma demonstração de que nós não
somos cegos aos reclames da comunidade, especialmente no caso concreto dos moradores
da parte final do Centro Histórico de Porto Alegre e do início da Cidade Baixa.
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