quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pronunciamento AUDIÊNCIA PÚBLICA 03FEV2011

Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, há duas coisas com as quais eu não me conformo: a primeira é a falsa evolução da vida política brasileira. Ver. Dib, V. Exa. se lembra muito bem: quando eu vim ser Vereador, lá no longínquo ano de 1973, os convênios do Município, os contratos mais expressivos, todos eles tinham o prévio conhecimento da Câmara de Vereadores. Isso estava escrito na Lei Orgânica Municipal, e não sei por que retiraram quando fizeram a nova Lei Orgânica. Provavelmente porque entrou na moda o festival das ONGs, as organizações não governamentais.
Hoje eu vejo esse discurso contra o Instituto Ronaldinho em cima de fatos... Eu não falo do discurso do Ver. Mauro Pinheiro, que aqui demonstrou claramente que já em dezembro tinha esse tipo de preocupação. Surgiu nos jornais que o grande herói nacional Roberto Assis Moreira estava denunciando o contrato com o Município, porque não se conformava com o Município, porque não se conformava com o recurso que lhe era transferido. A mídia tinha posição simpática a essa posição. Em verdade, o que se pretendia era uma majoração na ordem de 170%. E a mesma mídia - Ver. Haroldo, V. Exa. por muito tempo criticou os Deputados Federais por estabelecerem um reajuste, depois de quatro anos, na ordem de 70% - não achava anormal o Sr. Roberto Assis pretender que o Município, quase que sob coação, renovasse o seu contrato alterando em mais de cem por cento. Como, aliás, a mídia está calada hoje, não aplaudindo a majoração que os Cargos de Comissão do Governo do Estado terão na ordem de 200% a 300%. Uma atitude para a qual não vejo recriminação, só reclamo - tenho direito de reclamar - no sentido de que as coisas sempre são reclamadas quando não são praticadas pelo Governo que se encontra no poder, porque, contra esse, tudo é apoio, tudo é solidariedade.
Aliás, quero dizer o seguinte: se mexerem no Instituto Ronaldinho, vão encontrar muito mais dinheiro público do que está sendo colocado hoje aí. Muito mais! Vão ver que há convênios com o Governo Federal que foram assinados por uma ilustre pessoa da vida pública do Rio Grande. Eu não vou citar nomes para não dizerem que estou fazendo política em cima disso, mas todo mundo sabe quem é que assinou, tirando fotografia lá do Ronaldinho! Todos faziam festa em torno disso.
Eu lamento, Ver. Haroldo de Souza, que a ideia do Vereador-Presidente da Casa não me tenha vindo à mente há mais tempo. Ora, eu podia ter feito a “Fundação liberal”, a “Fundação Reginaldo Pujol”, a fundação qualquer coisa e arrumado um conveniozinho, porque são milhares os convênios que há neste País. Olha, a União Nacional dos Estudantes é presidida por um cidadão que se declara estudante profissional, ele só estuda para poder continuar sendo Presidente da UNE, que recebeu agora, no apagar da luzes do Governo Lula, 30 milhões de reais! Corresponderiam a trinta anos do convênio com o Instituto Ronaldinho. Maravilha! Quem se estarreceu com isso? Um valor que é para compensar o incêndio da sua sede nos idos de 1964, e vai receber mais 17 milhões de reais, Vereador.
Então, não dá mais para nos estarrecermos com as coisas no Brasil. A sociedade brasileira está muito permissiva: bate palmas para o Presidente Lula, que está instalado hoje, irregularmente, numa área do Exército Nacional. O Ministro da Defesa, que tinha que zelar sobre isso, dá cobertura. Os seus netos estão tranquilos, os seus filhos também, já receberam Passaporte Diplomático para viajarem pelo mundo. E, segundo diz o IBOPE e os órgãos de apoio, essa formatação do pensamento dominante no País tem 80% de aprovação por parte da população. À luz desse Governo, das óticas que se estabeleceram nos últimos vinte e poucos anos neste País, houve a proliferação dessas organizações não governamentais, que não são fiscalizadas pelos órgãos do Legislativo. Não adianta V. Exa. dizer, Presidente, com toda a responsabilidade que tem de Vereador em primeiro mandato e que já tem se destacado e muito nesta Casa, que quer fiscalizar! Não! Nós vemos subtraído esse fato. Só podemos conhecer os termos do convênio depois de ele executado, e só ficamos sabendo quando dá algum...
Eu vou concluir rapidamente, Sr. Presidente.
Essas situações só vêm à discussão quando há repercussão na grande imprensa. Não houvesse esse fenômeno todo - essa confusão que, como Conselheiro do Grêmio, me nego a comentar, essa palhaçada do contrata e não contrata o Ronaldinho -, não houvesse esse fato, não estaria sendo discutida essa barbaridade que foi a pretensão do Roberto Assis Moreira de ver majorado o seu convênio em 170%. Era isso, Sr. Presidente. Sra. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, vim a esta Audiência Pública com um objetivo muito claro. Com um assunto polêmico que toma conta de apaixonadas discussões na sociedade porto-alegrense, eu acreditava que, no dia de hoje, pudesse recolher novas informações, novos elementos que sedimentassem a minha posição inicial sobre a matéria ou a transformasse em uma nova posição, porque só não muda de posição quem não a tem.
Lamentavelmente, observo - e todos aqui constatam - que nós tivemos um debate altamente passional, e vou me permitir dizer, absolutamente inconsequente. Acho sinceramente que ninguém, entre os Vereadores que integram esta Casa, sai daqui com uma posição modificada pelo que aqui aconteceu; muito antes, pelo contrário, saem com suas posições robustecidas, especialmente porque existe um fato em que as pessoas não querem acreditar porque não vivem a democracia na sua plenitude. Eu quero dizer o seguinte: sou democrata, sou liberal, nunca escondi minhas posições e hoje estou apoiando uma posição...
Presidente, honestamente, eu quero dizer a V. Exa. que não vou pedir por favor para falar de uma tribuna onde o povo me legitimou para falar. Eu sou Vereador eleito por esta Cidade!
Quem não me quiser ouvir que não venha aqui, porque, no momento em que eu não puder falar desta tribuna, foram-se os mandatos parlamentares. Se não gostam de ouvir opiniões divergentes, não venham a esta Casa. Esta não é uma Casa de monossílabo!
Quem quer o aplauso fácil e comprometido errou de endereço, não é aqui!
Eu disse que vim a esta Casa com o objetivo de me aprofundar no debate, de enriquecer os meus conhecimentos a respeito do assunto e que saio frustrado, não consegui nada; vi paixão e mais paixão! Acho que todos têm o legítimo direito de ter posição; agora, repudio, com a maior veemência, aqueles que pensam que vão calar quem quer que seja, nesta Casa, pelo grito e pela agressão. Não conseguirão!
Digo mais: de cima dos meus 71 anos de idade, vou passar um aconselhamento que acho que pode ser útil para várias das pessoas aqui presentes: erram, equivocam-se, “cometem um tiro no pé” aqueles que, vaiando, pensam que vão intimidar os integrantes desta Casa. Ledo engano! Esta Casa é constituída de homens e mulheres suficientemente responsáveis, letigimados pelo voto popular e que não vão se curvar por gritos, ao contrário!
Sra. Presidente, ao mesmo tempo em que a cumprimento - sei que foi dura, foi árdua a sua tarefa neste dia, sei que V. Exa. gostaria que as coisas ocorressem em outro nível -, lamento dizer que todo o seu esforço, que todo o desejo daqueles que lutaram para que ocorresse esta Audiência Pública ficarão frustrados, porque o que mais predominou aqui não foi diálogo, não foi o debate: foi a tentativa de opressão e de grito, que não haverá de prosperar, porque eu conheço a Casa do Povo, onde milito há vários anos, e aqui ninguém se dobra ao grito, fiquem tranquilos com isso!

Pronunciamento 007ª REUNIÃO ORDINÁRIA - 26JAN2011

Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, estou satisfeito de que nesta manhã já tenha havido algumas manifestações, todas elas focadas em assuntos da órbita municipal que, pequenos ou grandes, merecem a nossa atenção. Não há como deixar de reconhecer que Porto Alegre não é uma cidade isolada do restante do mundo. Porto Alegre é a Capital de um Estado, o Estado do Rio Grande do Sul, que compõe a Federação brasileira, a qual inclusive está, há cerca de 26 dias, sendo dirigida por uma Presidente, que assume substituindo um companheiro da mesma agremiação partidária. Nesses 26 dias, ela já teve que demonstrar e assinalar alguns fatos que vimos há mais tempo anotando, e que têm reflexos até mesmo no caminhão malconservado da empresa prestadora de serviço.
Ver. Sebastião Melo, logo nos primeiros dias de Governo, já temos duas grandes notícias produzidas pelo Governo Dilma Rousseff: o aumento da taxa de juros, consolidando a posição brasileira do juro mais caro do mundo e ratificando mais ainda a posição brasileira de paraíso privilegiado da banca internacional, que quer introduzir dólares aqui a todo instante - e é o próprio Governo que denuncia -, porque em nenhum lugar do mundo eles vão conseguir uma remuneração tão forte como a que conseguem aqui.
De outra banda, há notícias na imprensa - informações provindas do Governo Federal - de que o Programa de Aceleração do Crescimento terá um substancial corte na ordem de onze bilhões de dólares, em função da necessidade de adaptação do orçamento nacional às necessidades do atendimento e da obtenção do contingenciamento de mais de 3% do PIB para honrar os compromissos internacionais.
Então, neste País que vive essas mazelas, que se acomoda tão facilmente ao interesse do capitalismo internacional, as dificuldades que os Municípios vivem poderiam, deveriam, e certamente seriam corretamente colocadas como uma consequência dessas dificuldades - e a expressão dificuldade é muito delicada, não tem nada de agressivo - que vive o Governo Federal na sua reconstituição e no seu primeiro mês de atividade. Ora, num país em que se precisa, Ver. Mauro Pinheiro, aumentar mais ainda a taxa dos juros, para, segundo o Governo, proteger a economia nacional, e num país onde se cortam onze bilhões de dólares do Programa mais decantado pelo Governo da União nos últimos anos, que é o Programa de Aceleração do Crescimento, as dificuldades transbordam: saem da União, vão para o Estado e chegam inexoravelmente ao Município.
Neste País, Ver. Mauro Pinheiro, onde os banqueiros ganham a melhor remuneração do mundo, nós temos que nos preocupar com Porto Alegre, porque aqui nos ocupamos com as coisas da Cidade, como o caminhão de uma empresa de ônibus que estava malconservado e que invadiu uma residência na cidade de Porto Alegre.
Se vamos olhar sob esse aspecto, veremos que a prestação de serviço na área do DMLU, como em todas as outras áreas, está sendo submetida ultimamente a esse regime de buscar o menor preço na realização do serviço, o que, para mim, não é a melhor maneira de aquilatar a capacidade de uma empresa servir ao Município de Porto Alegre, e a Município nenhum, porque, na busca da economicidade, acaba-se relaxando na manutenção, e aí fica a Câmara de Vereadores de Porto Alegre ocupada em discutir os problemas da Cidade e do País, e preocupada ainda com o fato de que uma empresa negligenciou a manutenção de um dos veículos da sua frota.
Tudo isso, Sra. Presidente, faz parte do nosso cotidiano, faz parte do nosso dia a dia, faz parte do universo das nossas atenções, mas não vamos perder de vista a raiz e a máxima de tudo isso: nós vivemos no Brasil, somos do Estado do Rio Grande do Sul e, por conseguinte, somos tocados por essas medidas absolutamente equivocadas, no meu modo de entender, oriundas do Governo Federal, porque simplesmente aumentar juros implica redução da atividade econômica, prejudica o exportador brasileiro, prejudica a nossa economia e traz como consequência inevitável prejuízos para os Estados membros e para as unidades municipais que compõem a nossa Federação.
Por isso, Sra. Presidente, eu respeito a crítica isolada, mas não se pode cuidar só da árvore, temos que cuidar de toda a floresta. Este é o País que, há três meses, dizia que nunca antes havia alcançado tamanho grau de desenvolvimento. Bastaram trinta dias de Governo para se verificar que a história era muito diferente daquela que foi alardeada durante o período pré-eleitoral e que fez a fantasia dos 80% da população brasileira, que deu aprovação a um Governo que dizia haver debelado todos os males, mas que, em pouco tempo se verificou, não tinha essa capacidade que foi alardeada; ao contrário, deixou esta Nação em confusão a ponto de ter que ser cortado do seu Programa predileto o montante de onze bilhões de dólares, como já foi anunciado pelo Governo Federal. Era isso, Sra. Presidente.

Pronunciamento 003ª REUNIÃO ORDINÁRIA 12JAN2011

Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, há duas coisas com as quais eu não me conformo: a primeira é a falsa evolução da vida política brasileira. Ver. Dib, V. Exa. se lembra muito bem: quando eu vim ser Vereador, lá no longínquo ano de 1973, os convênios do Município, os contratos mais expressivos, todos eles tinham o prévio conhecimento da Câmara de Vereadores. Isso estava escrito na Lei Orgânica Municipal, e não sei por que retiraram quando fizeram a nova Lei Orgânica. Provavelmente porque entrou na moda o festival das ONGs, as organizações não governamentais.
Hoje eu vejo esse discurso contra o Instituto Ronaldinho em cima de fatos... Eu não falo do discurso do Ver. Mauro Pinheiro, que aqui demonstrou claramente que já em dezembro tinha esse tipo de preocupação. Surgiu nos jornais que o grande herói nacional Roberto Assis Moreira estava denunciando o contrato com o Município, porque não se conformava com o Município, porque não se conformava com o recurso que lhe era transferido. A mídia tinha posição simpática a essa posição. Em verdade, o que se pretendia era uma majoração na ordem de 170%. E a mesma mídia - Ver. Haroldo, V. Exa. por muito tempo criticou os Deputados Federais por estabelecerem um reajuste, depois de quatro anos, na ordem de 70% - não achava anormal o Sr. Roberto Assis pretender que o Município, quase que sob coação, renovasse o seu contrato alterando em mais de cem por cento. Como, aliás, a mídia está calada hoje, não aplaudindo a majoração que os Cargos de Comissão do Governo do Estado terão na ordem de 200% a 300%. Uma atitude para a qual não vejo recriminação, só reclamo - tenho direito de reclamar - no sentido de que as coisas sempre são reclamadas quando não são praticadas pelo Governo que se encontra no poder, porque, contra esse, tudo é apoio, tudo é solidariedade.
Aliás, quero dizer o seguinte: se mexerem no Instituto Ronaldinho, vão encontrar muito mais dinheiro público do que está sendo colocado hoje aí. Muito mais! Vão ver que há convênios com o Governo Federal que foram assinados por uma ilustre pessoa da vida pública do Rio Grande. Eu não vou citar nomes para não dizerem que estou fazendo política em cima disso, mas todo mundo sabe quem é que assinou, tirando fotografia lá do Ronaldinho! Todos faziam festa em torno disso.
Eu lamento, Ver. Haroldo de Souza, que a ideia do Vereador-Presidente da Casa não me tenha vindo à mente há mais tempo. Ora, eu podia ter feito a “Fundação liberal”, a “Fundação Reginaldo Pujol”, a fundação qualquer coisa e arrumado um conveniozinho, porque são milhares os convênios que há neste País. Olha, a União Nacional dos Estudantes é presidida por um cidadão que se declara estudante profissional, ele só estuda para poder continuar sendo Presidente da UNE, que recebeu agora, no apagar da luzes do Governo Lula, 30 milhões de reais! Corresponderiam a trinta anos do convênio com o Instituto Ronaldinho. Maravilha! Quem se estarreceu com isso? Um valor que é para compensar o incêndio da sua sede nos idos de 1964, e vai receber mais 17 milhões de reais, Vereador.
Então, não dá mais para nos estarrecermos com as coisas no Brasil. A sociedade brasileira está muito permissiva: bate palmas para o Presidente Lula, que está instalado hoje, irregularmente, numa área do Exército Nacional. O Ministro da Defesa, que tinha que zelar sobre isso, dá cobertura. Os seus netos estão tranquilos, os seus filhos também, já receberam Passaporte Diplomático para viajarem pelo mundo. E, segundo diz o IBOPE e os órgãos de apoio, essa formatação do pensamento dominante no País tem 80% de aprovação por parte da população. À luz desse Governo, das óticas que se estabeleceram nos últimos vinte e poucos anos neste País, houve a proliferação dessas organizações não governamentais, que não são fiscalizadas pelos órgãos do Legislativo. Não adianta V. Exa. dizer, Presidente, com toda a responsabilidade que tem de Vereador em primeiro mandato e que já tem se destacado e muito nesta Casa, que quer fiscalizar! Não! Nós vemos subtraído esse fato. Só podemos conhecer os termos do convênio depois de ele executado, e só ficamos sabendo quando dá algum... 
Essas situações só vêm à discussão quando há repercussão na grande imprensa. Não houvesse esse fenômeno todo - essa confusão que, como Conselheiro do Grêmio, me nego a comentar, essa palhaçada do contrata e não contrata o Ronaldinho -, não houvesse esse fato, não estaria sendo discutida essa barbaridade que foi a pretensão do Roberto Assis Moreira de ver majorado o seu convênio em 170%. Era isso, Sr. Presidente.

Pronunciamento 001ª REUNIÃO ORDINÁRIA - 05JAN2011

Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, com satisfação verifico que a Casa começa hoje, neste novo período da Comissão Representativa, com alto astral, com bom humor; nem o ceticismo do Ver. João Dib é de tal ordem que não transmita um bom humor. O entusiasmo com que o Partido dos Trabalhadores festeja a sua presença em todos os postos de mando neste País, no dia de hoje, se confunde, inclusive, com o que eu li, no dia 31, na manchete do jornal Correio do Povo: “O poder muda de dono”. O Correio do Povo foi correto, a cultura brasileira diz o seguinte: quem está no Poder é o dono do poder; é o dono do País, é o dono do Estado. Hoje o PT se sente dono absoluto de tudo o que tem neste País. Hoje, literalmente, a nossa Prefeita voa - literalmente, voa -, está olhando Porto Alegre de cima! Certamente ela vai ver a Porto Alegre real. Acho que a nossa Prefeita e o PT precisavam sobrevoar o País inteiro para ver que o Brasil não é essa maravilha que eles dizem. Parece que nós estamos naquela situação de um time que tomou uma goleada de três, mas que, pelas regras do campeonato, vira campeão. Então, festeja, e transforma a derrota em uma grande vitória. Eu não vejo nenhum motivo para toda essa badalação em torno do sucesso do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, que deixa o País em situações que não merecem o menor festejo. Ora, estamos festejando, Ver. Luiz Braz - saúdo a sua presença aqui na Casa -, que temos 15% de analfabetos funcionais. Isso equivale a 15% da Nação, quase 30 milhões de analfabetos! Então, cara pálida, vamos festejar o quê?
A confusão é tão grande, que o Ver. Adeli Sell, meu querido amigo, Presidente do PT, assumiu a tribuna agora e não se apercebeu de que o PT está mandando em tudo, e “abriu a metralhadora” contra Deus e todos. É, Ver. Ferronato, o senhor está meio boquiaberto, mas é verdade! O PT manda em tudo, e o seu Partido está com uma “boquinha” no Governo Federal, no Governo Estadual; está ali!
Aliás, “boquinha” é o que não falta neste País. Todos, com exceção do Ver. Braz, estão beliscando alguma coisa. Até o Ver. Dib, na sua impoluta figura, tem representante do seu Partido no Ministério. Brigaram para ter Ministro do seu Partido no Governo do PT, o Mário Negromonte, Ministro das Cidades; espero que seja um grande Ministro!
Ora, o que vai dizer o Ver. Pujol, que é de um Partido que até de nome mudou? Foi um erro histórico impressionante, pelo qual não vou perdoar os meus dirigentes partidários; deixaram a sigla sobre a qual nos estruturamos num momento histórico para este País, nos idos de 1984, 1985, quando ocorreu um fator decisivo para a redemocratização deste País.
Presidente, eu quero um tratamento condizente com a minha idade. O Ver. Dib teve um enorme tempo, e eu quero ter um tempo parecido; V. Exa. vai ser tolerante comigo, pela minha idade, vai me respeitar pela minha idade. Inteligência V. Exa. tem de sobra; eu é que tenho em falta.
Neste País, os inteligentes se acomodam, ficam se acertando no Governo aqui e acolá; uns, não inteligentes, vão morrer na oposição. Eu acredito que seja uma prova da minha falta de inteligência, tendo sido de um Partido que era acusado de ser governo desde as naus capitânias de Pedro Álvares Cabral. Estou há 20 anos fora do Governo, e tudo me leva a crer que me encaminho para mais tempo. Eu fico estarrecido em ver que as pessoas que são governo hoje, ou que foram do governo ontem, venham à tribuna dizer que... Ver. Manfro, V. Exa., que continua como Vice-Presidente da Casa, já está entrando no continuísmo. Já está entrando no continuísmo, e eu acho que tenho que dar um jeito de entrar nesse trem! Eu vejo que as pessoas vêm e descambam o pau contra Deus e o mundo: “Está tudo errado na Cidade!” Está tudo errado até ontem, porque era o Fortunati que estava de Prefeito. Hoje, a coisa já mudou, já está sendo olhada de cima, inclusive.
Gente, o PT ficou 16 anos na Prefeitura desta Cidade! Passaram-se sete, não passou nem a metade. O rombo que ele deixou precisa do dobro de tempo. Precisa-se de 28 anos para corrigir o rombo. O Fogaça, o coitado, ficou cinco anos na Prefeitura, e três anos ele ficou corrigindo os erros passados, consertando as finanças, recuperando o crédito, e olha que o Fogaça não foi nenhum gênio de Prefeito - Prefeito do PPS, depois do PMDB -; não foi nenhum gênio! Mas, demos crédito a ele, consertou as finanças desta Cidade, nós não tínhamos mais crédito nenhum. O Ver. Airto Ferronato havia preparado um grande Projeto, e o financiamento não podia vir, porque o Município estava inadimplente; era o Projeto que saneou aquela área. V. Exa. reconhece que tinha feito o Projeto e que não conseguiu o financiamento. Por quê? Porque o Município estava inadimplente, e, com isso, não havia condições de chegar nenhum empréstimo.
Agora, Presidente e Vereadores, nós vamos, serenamente, discutir esta nossa Cidade, este nosso Estado e este nosso País.
O que eu não posso, Sr. Presidente, é ver a incoerência ser estabelecida de forma tão ampla. Em tudo a gente vê discursos altamente diferenciados. O PT, na Assembleia, chegou ao ponto de afirmar que o aumento dos Deputados era exagerado, que teria de ser menor. Ao mesmo tempo, o seu Governo está convocando a Assembleia para promover aumentos a Cargos Comissionados de mais de 200%. Está errado o Governador? Eu acho que não. Acho que, se está desajustado, tem que acertar. Agora, o que não pode é ter um olho para um tipo de realidade e outro olho para outro tipo de realidade. Tem que ser linear, nós temos que ver as coisas como são, meu caro Presidente Nelcir Tessaro, V. Exa., que há pouco deixou a presidência. O fato de V. Exa. estar sentado aí no plenário junto aos mortais não mudará a opinião que V. Exa. tinha quando estava aqui comandando, tem que ser a mesma. A posição não pode mudar em função do cargo que ocupamos. Tendem as circunstâncias, às vezes, a serem amigas, ou não, do Poder.
Então, falo com autoridade, não nasci para ser bajulador, baba-ovo, andar atrás dos governos; não é esse o meu histórico político. Quando os meus parceiros eram governo, eu era tido como rebelde, mas me sinto à vontade para dizer, hoje, que não sou governo na União, no Estado e no Município. A realidade brasileira não é esse mundo cor-de-rosa que a propaganda oficial nos passa. Essa não é a verdade dos fatos, e, como o Dr. Dib gosta de citar o Simers, “a verdade faz bem para saúde”, e a verdade faz bem, inclusive, para a vida pública. Vamos cair na realidade: a Presidenta Dilma, inclusive, já começa a corrigir algumas coisinhas que ela herdou desse que “nunca antes na história deste País” tinha feito tanta tropelia. Hoje está lá gozando das delícias do mar, irregularmente instalado em um quartel, em uma propriedade do Exército brasileiro, mas, para o Lula, tudo é possível. Afinal, ele é o grande guia, ele é o suprassumo dos sumos, e, evidentemente, para ele, tudo é possível. É possível, inclusive, essa quantidade imensa de homenagens, que eu, honestamente, quero dizer no dia de hoje, contrariando...