quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pronunciamento 001ª REUNIÃO ORDINÁRIA - 05JAN2011

Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, com satisfação verifico que a Casa começa hoje, neste novo período da Comissão Representativa, com alto astral, com bom humor; nem o ceticismo do Ver. João Dib é de tal ordem que não transmita um bom humor. O entusiasmo com que o Partido dos Trabalhadores festeja a sua presença em todos os postos de mando neste País, no dia de hoje, se confunde, inclusive, com o que eu li, no dia 31, na manchete do jornal Correio do Povo: “O poder muda de dono”. O Correio do Povo foi correto, a cultura brasileira diz o seguinte: quem está no Poder é o dono do poder; é o dono do País, é o dono do Estado. Hoje o PT se sente dono absoluto de tudo o que tem neste País. Hoje, literalmente, a nossa Prefeita voa - literalmente, voa -, está olhando Porto Alegre de cima! Certamente ela vai ver a Porto Alegre real. Acho que a nossa Prefeita e o PT precisavam sobrevoar o País inteiro para ver que o Brasil não é essa maravilha que eles dizem. Parece que nós estamos naquela situação de um time que tomou uma goleada de três, mas que, pelas regras do campeonato, vira campeão. Então, festeja, e transforma a derrota em uma grande vitória. Eu não vejo nenhum motivo para toda essa badalação em torno do sucesso do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, que deixa o País em situações que não merecem o menor festejo. Ora, estamos festejando, Ver. Luiz Braz - saúdo a sua presença aqui na Casa -, que temos 15% de analfabetos funcionais. Isso equivale a 15% da Nação, quase 30 milhões de analfabetos! Então, cara pálida, vamos festejar o quê?
A confusão é tão grande, que o Ver. Adeli Sell, meu querido amigo, Presidente do PT, assumiu a tribuna agora e não se apercebeu de que o PT está mandando em tudo, e “abriu a metralhadora” contra Deus e todos. É, Ver. Ferronato, o senhor está meio boquiaberto, mas é verdade! O PT manda em tudo, e o seu Partido está com uma “boquinha” no Governo Federal, no Governo Estadual; está ali!
Aliás, “boquinha” é o que não falta neste País. Todos, com exceção do Ver. Braz, estão beliscando alguma coisa. Até o Ver. Dib, na sua impoluta figura, tem representante do seu Partido no Ministério. Brigaram para ter Ministro do seu Partido no Governo do PT, o Mário Negromonte, Ministro das Cidades; espero que seja um grande Ministro!
Ora, o que vai dizer o Ver. Pujol, que é de um Partido que até de nome mudou? Foi um erro histórico impressionante, pelo qual não vou perdoar os meus dirigentes partidários; deixaram a sigla sobre a qual nos estruturamos num momento histórico para este País, nos idos de 1984, 1985, quando ocorreu um fator decisivo para a redemocratização deste País.
Presidente, eu quero um tratamento condizente com a minha idade. O Ver. Dib teve um enorme tempo, e eu quero ter um tempo parecido; V. Exa. vai ser tolerante comigo, pela minha idade, vai me respeitar pela minha idade. Inteligência V. Exa. tem de sobra; eu é que tenho em falta.
Neste País, os inteligentes se acomodam, ficam se acertando no Governo aqui e acolá; uns, não inteligentes, vão morrer na oposição. Eu acredito que seja uma prova da minha falta de inteligência, tendo sido de um Partido que era acusado de ser governo desde as naus capitânias de Pedro Álvares Cabral. Estou há 20 anos fora do Governo, e tudo me leva a crer que me encaminho para mais tempo. Eu fico estarrecido em ver que as pessoas que são governo hoje, ou que foram do governo ontem, venham à tribuna dizer que... Ver. Manfro, V. Exa., que continua como Vice-Presidente da Casa, já está entrando no continuísmo. Já está entrando no continuísmo, e eu acho que tenho que dar um jeito de entrar nesse trem! Eu vejo que as pessoas vêm e descambam o pau contra Deus e o mundo: “Está tudo errado na Cidade!” Está tudo errado até ontem, porque era o Fortunati que estava de Prefeito. Hoje, a coisa já mudou, já está sendo olhada de cima, inclusive.
Gente, o PT ficou 16 anos na Prefeitura desta Cidade! Passaram-se sete, não passou nem a metade. O rombo que ele deixou precisa do dobro de tempo. Precisa-se de 28 anos para corrigir o rombo. O Fogaça, o coitado, ficou cinco anos na Prefeitura, e três anos ele ficou corrigindo os erros passados, consertando as finanças, recuperando o crédito, e olha que o Fogaça não foi nenhum gênio de Prefeito - Prefeito do PPS, depois do PMDB -; não foi nenhum gênio! Mas, demos crédito a ele, consertou as finanças desta Cidade, nós não tínhamos mais crédito nenhum. O Ver. Airto Ferronato havia preparado um grande Projeto, e o financiamento não podia vir, porque o Município estava inadimplente; era o Projeto que saneou aquela área. V. Exa. reconhece que tinha feito o Projeto e que não conseguiu o financiamento. Por quê? Porque o Município estava inadimplente, e, com isso, não havia condições de chegar nenhum empréstimo.
Agora, Presidente e Vereadores, nós vamos, serenamente, discutir esta nossa Cidade, este nosso Estado e este nosso País.
O que eu não posso, Sr. Presidente, é ver a incoerência ser estabelecida de forma tão ampla. Em tudo a gente vê discursos altamente diferenciados. O PT, na Assembleia, chegou ao ponto de afirmar que o aumento dos Deputados era exagerado, que teria de ser menor. Ao mesmo tempo, o seu Governo está convocando a Assembleia para promover aumentos a Cargos Comissionados de mais de 200%. Está errado o Governador? Eu acho que não. Acho que, se está desajustado, tem que acertar. Agora, o que não pode é ter um olho para um tipo de realidade e outro olho para outro tipo de realidade. Tem que ser linear, nós temos que ver as coisas como são, meu caro Presidente Nelcir Tessaro, V. Exa., que há pouco deixou a presidência. O fato de V. Exa. estar sentado aí no plenário junto aos mortais não mudará a opinião que V. Exa. tinha quando estava aqui comandando, tem que ser a mesma. A posição não pode mudar em função do cargo que ocupamos. Tendem as circunstâncias, às vezes, a serem amigas, ou não, do Poder.
Então, falo com autoridade, não nasci para ser bajulador, baba-ovo, andar atrás dos governos; não é esse o meu histórico político. Quando os meus parceiros eram governo, eu era tido como rebelde, mas me sinto à vontade para dizer, hoje, que não sou governo na União, no Estado e no Município. A realidade brasileira não é esse mundo cor-de-rosa que a propaganda oficial nos passa. Essa não é a verdade dos fatos, e, como o Dr. Dib gosta de citar o Simers, “a verdade faz bem para saúde”, e a verdade faz bem, inclusive, para a vida pública. Vamos cair na realidade: a Presidenta Dilma, inclusive, já começa a corrigir algumas coisinhas que ela herdou desse que “nunca antes na história deste País” tinha feito tanta tropelia. Hoje está lá gozando das delícias do mar, irregularmente instalado em um quartel, em uma propriedade do Exército brasileiro, mas, para o Lula, tudo é possível. Afinal, ele é o grande guia, ele é o suprassumo dos sumos, e, evidentemente, para ele, tudo é possível. É possível, inclusive, essa quantidade imensa de homenagens, que eu, honestamente, quero dizer no dia de hoje, contrariando...

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