Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em relação a este debate que se estabeleceu aqui na Casa acerca da lembrança que os brasileiros terão do nosso ex-Presidente Lula, quando o Ver. Aldacir Oliboni disse que o Brasil não vai se esquecer dele, eu diria que não vai mesmo, o Vereador tem razão. Eu alinhavei aqui dez razões para a chamada herança que a Presidente Dilma recebeu do seu antecessor, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Eu me lembrei
de dez situações. Ver. Oliboni, no Ministério das Cidades, entregue ao Deputado
Negromonte, do Partido Progressista da Bahia, há briga entre os integrantes da
Bancada, porque dizem (Lê.): “Parlamentares do PP se acusam reciprocamente que
são recrutados apoios ao Ministro e à política do Governo na base do pagamento
da propina”; no Ministério da Defesa, que foi mantido, a pedido do Presidente
Lula, o nosso conterrâneo Nelson Jobim, os aviões franceses detonaram o
Ministro, que saiu antes do tempo; no Ministério das Comunicações, Ver. Oliboni,
a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos produziu mais novos escândalos
aqui neste País; do Ministério dos Transportes, a lembrança vai ser total: o
Ministro Alfredo Nascimento foi compelido a largar o Ministério diante de uma
enxurrada de acusações, apesar de ele dizer da tribuna que elas eram de
responsabilidade daquele que o havia sucedido durante o período em que ele
esteve afastado e que produziu os fatos geradores das denúncias contidas na
imprensa, ainda não esclarecidas; na Agricultura, o caso da Conab fez com que
caísse o Ministro e assumisse o grande Ministro, infelizmente adoentado no
momento, Jorge Alberto Mendes Ribeiro; na Casa Civil, falando no Palocci não
preciso lembrar da Erenice, nem de mais nada; no Turismo, o nosso bom velhinho,
que fez aquela festa num motel e reclamou que foi incompreendido, porque,
provavelmente, na idade dele, motel servia para outra coisa senão fazer festa,
ele é mais um exemplo; a nossa Ministra da Cultura, irmã do nosso Chico Buarque
de Holanda, ia todos os fins de semana para o Rio de Janeiro, onde tem
residência, recebendo diárias - parece que está devolvendo -; com relação ao
Esporte, por enquanto, não dá para falar nada. E aí, chega no final, são dez,
ou seja, é um por mês. O décimo, agora, vem lá do Ceará. O Ministério de
Educação e Cultura reconhece que a denúncia que veio do Ceará, qual seja, que
os estudantes tiveram conhecimento prévio das provas do ENEM, é verdadeira.
Isso tudo se soma a uma explicação kafkiana que surgiu no dia de ontem quando o
Ministério de Educação e Cultura liberou os gabaritos das provas do ENEM e
disse que aquilo não servia para fazer uma avaliação definitiva, pois precisava
fazer uma análise coerente das respostas dadas pelos estudantes, para, só
então, sair a classificação. Isso é Kafka; não se conseguiria fazer nada mais
confuso do que isso. Esse Ministério, campeão dos equívocos, das impressões
inadequadas das provas, de todos esses fatos que, ao longo do tempo, vêm sendo
anunciados, esse vai garantir, sim, Ver. Aldacir Oliboni, lembrança eterna do
seu Presidente, porque o seu Presidente quer bancá-lo para ser o candidato a
Prefeito de São Paulo. Esse que fez essa “provinha” do ENEM é o
garoto-propaganda do Lula... (Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)... fraudada. Por isso, Sra.
Presidente, a senhora me avisa que o meu tempo está se esgotando, eu quero
concluir, dizendo que o Ver. Oliboni, nosso futuro Deputado Estadual, tem a
absoluta razão; deste Presidente, da sua herança, o Brasil não vai esquecer,
especialmente a Presidente Dilma, que está comendo o pão que o diabo amassou
com os Ministros que o Lula deixou como herança para ela. Era isso, Sra.
Presidente.
Pauta Especial
Sra.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, segunda-feira, aqui na Casa,
foi, alto e bom som, afirmado que era muito mais importante se discutir o
Orçamento do que se enfrentar a Ordem do Dia. Isso nos deixa muito clara a
relevância da discussão que aqui acontece.
A Casa não
desconhece uma posição que eu tenho sustentado, ao longo do tempo,
relativamente às Leis Orçamentárias, até porque se têm confundido muito as três
grandes Leis que regem o processo orçamentário do Município: a Lei de
Diretrizes Orçamentárias, a própria Lei do Orçamento, afinal, que é onde se
busca objetivar aquilo que foi previsto no Plano Plurianual e na Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
O que eu tenho
a dizer com relação a isso? Primeiro, se é efetivamente importante discutir o
Orçamento, vamos discutir na sua essência; vamos discutir, Ver. Adeli Sell, o
que representa se ter um Orçamento dentro daquilo que hoje vigora no Direito
brasileiro.
Eu me lembro de
uma luta antiga, desdobrada neste País pelo saudoso Senador Antônio Carlos
Magalhães, que pugnava por um Orçamento impositivo, pelo qual aquilo que estava
escrito na Peça Orçamentária tivesse verdadeiramente valor, porque, por
enquanto, os Orçamentos se definem naquelas conceituações clássicas.
A Lei
Orçamentária é uma lei que fixa a Despesa e estima a Receita, passando por um
terreno ilusório, porque, se a Receita se realiza ou não, fica o Chefe do Poder
Executivo com o poder do contingenciamento, que é o que normalmente acontece, e
não é só ao Prefeito Fortunati, mas dava também ao Prefeito José Fogaça, ao
Prefeito Verle, ao Prefeito Olívio Dutra, a todos os Prefeitos, a condição de
manobrar o Orçamento do jeito que mais conviesse à administração de cada um.
A isso tudo se
acresce essa história do Orçamento Participativo, pelo qual é dito à população
que é ela que estabelece as prioridades dentro do Orçamento. E, em verdade, nós
sabemos que o que estabelece, objetivamente e concretamente em termos de
investimentos as possibilidades do Orçamento Participativo, é a capacidade
maior ou menor que dispõe o Município de obter financiamento para determinadas
obras públicas no mercado nacional e internacional e recursos oriundos do
Estado ou da União, que, em contrapartida, ensejam a realização de alguma obra.
Ou hoje eu
posso dizer que é no Orçamento do Município, Ver. Sebastião Melo, que há
recurso para a habitação popular? O que acontecerá com isso, se o Município,
diretamente, não faz mais habitação popular? Porque, dentro do projeto global
do Minha Casa, Minha Vida, quem irá fazer habitação popular - e se o fizer -
serão empresas com financiamento da Caixa Econômica Federal.
O SR. REGINALDO PUJOL: V. Exa. me honra com o seu aparte.
O Sr. Sebastião Melo: Ver. Pujol, primeiro, eu agradeço o aparte. Eu acho que V. Exa. está fazendo um belíssimo raciocínio. O Orçamento no Brasil tem sido peça de ficção, especialmente antes da Constituição de 1988. A Constituição de 1988 elevou-o para outro patamar. Não é porque somos Vereadores e porque pertencemos, de certa forma, a esta comuna, mas nós demos um passo à frente. O Orçamento Programa hoje é uma realidade na cidade de Porto Alegre. Ora, se todos os programas são cumpridos ou não... Mas eu acho que V. Exa. tem razão. Eu mesmo estou debruçado num tema, sobre o qual já falei na tribuna, chamado Plano de Metas, que quero apresentar a esta Casa,que é, talvez, a última legislação de minha autoria, e que está dando muito certo, especialmente em São Paulo. Ou seja, o futuro Prefeito ou Prefeita da Cidade terá 90 dias, se a lei for aprovada, após a sua eleição, para registrar as suas metas e a eficiência delas. Não basta dizer que gasta 18% na Saúde, mas, afinal de contas, os 18% estão trazendo resolutividade na vida do cidadão? Eu gasto 28% na Educação, mas a Educação está bem no Município?
Eu quero
cumprimentar V. Exa.; acho que temos coisas a comemorar; acho que é o maior
Orçamento desde que estou nesta Casa, e estou falando de 2001. É o maior
Orçamento na área de investimentos que, como Vereador, eu vejo, ao longo desses
11 anos.
Esperamos que
saia do papel. A Copa vai ajudar nisso; agora, também é importante dizer: não
há dinheiro a fundo perdido, tudo é empréstimo.
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Ora, vejam bem,
o Orçamento de Porto Alegre para o ano que vem prevê investimentos fabulosos,
todos ou quase todos dependendo de financiamentos que estão prometidos; estão
anunciados, mas ainda não estão celebrados. Eles só passam, efetivamente, a ocorrer,
Ver. Beto Moesch, quando os contratos estiverem lavrados quando as obras
estiverem licitadas, aprovadas e em processo de execução. Aí começa a correr
esse fato.
Agora, neste
País, há bem pouco tempo, nós tínhamos que fazer obras que, no ano de 2013,
teriam que estar concluídas. Não precisa mais. Foi retirado do nosso calendário
2013, e passamos a ter 2014 como referência, já que a Copa das Confederações,
que estaria a nos exigir a realização de algumas obras, não sendo realizada em
Porto Alegre, nos desobriga desse fato. Vejam bem, mesmo com relação à Copa de
2014, que, inteligentemente, gerou um trabalho do Prefeito da Cidade, das
elites pensantes de Porto Alegre, desta própria Casa, que fez com que ele
conseguisse o compromisso dos financiamentos que são anunciados, mesmo com a
realização da Copa, temos essa espécie de dúvida, porque a figura da certeza,
neste particular, inexiste.
Sei que posso
estimar com razoável possibilidade de acerto a minha Receita própria. Eu sei
que posso estimar com a capacidade de acerto menor, mais razoável ainda, o
retorno do ICMS; agora, com relação à participação do FPM, já não é possível
fazer uma estimativa, porque o jogo muda toda hora e todo o momento, e muito
mais quando se depende de financiamento, que são operações mercantis, operações
bancárias, que seguem regras as quais não é possível delas serem excluídas. É
óbvio que pode, deve e parece que irá acontecer, ocorrer uma contribuição do
Governo no sentido de usar a sua força junto aos seus estabelecimentos de crédito
oficial e permitir que o juro seja mais... (Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.)
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A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, eu gostaria, se a
senhora me fizesse a fineza, de ser informado sobre o objeto do convite ao
Secretário.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu informei
que o objeto da visita era o tema do vazamento do sigilo do telefone de uma
senhora que foi abordada por um fiscal da EPTC; ele, posteriormente à
abordagem, utilizou esse telefone para mandar uma mensagem a ela. Então, o
objeto da vinda do Secretário é o tema do sigilo, da orientação dos agentes
nesses casos.
O SR. REGINALDO PUJOL: Perfeito, agradeço a Vossa
Excelência. Eu fiquei um pouco confuso, porque os assuntos já derivaram para
outras situações, todas elas relevantes, mas, no meu entendimento, inadequadas
para o momento. Eu não estou preparado para questionar o Secretário sobre
outros assuntos, porque vim preparado, em primeiro lugar, para reconhecer que,
efetivamente, a Secretaria teve uma atitude positiva. E
eu acredito que isso impede que sejas acusado de ser omisso com o particular, e
até porque, se a atitude tivesse sido exagerada ou ilegal, se extrapolasse a
sua competência, ela poderia ser objeto de correção, mas, segundo me consta,
isso não foi buscado pela parte interessada, e reconhece, explicitamente, que
agiu de forma inadequada com as normas muito bem esclarecidas por Vossa
Senhoria no seu esclarecimento.
A pergunta, no
particular, só ensejaria que eu buscasse um pequeno esclarecimento, que
deixarei para o final, quando V. Sa. responder a todos nós, para que ela possa
ser objeto da sua consideração. Realmente, observei que tudo isso se dá em
função de uma operação especial, a Balada Segura. Existe, inclusive, uma Frente
Parlamentar aqui, na Casa, que parte desse sentido. Essa Operação Balada Segura
nasceu e se desenvolveu dentro da EPTC; então, à medida que o senhor informar
sobre o restante, eu lhe perguntaria, como consequência, se esse ato pode, de
certa maneira, prejudicar o trabalho que vem sendo desenvolvido, colocando em
risco, inclusive, a seriedade, a credibilidade, e, mais do que isso, a razão de
ser dessa atuação, que, a meu juízo, me parece efetiva e que poderia ser - essa
é a minha indagação - prejudicada pelo ato já punido por parte da ação rápida
determinada por Vossa Senhoria.
Era isso. Meus cumprimentos e o meu reconhecimento pelo fato de que V.
Sa. que nunca se furta de estar aqui na Casa debatendo os assuntos para os
quais é convidado. Em outra oportunidade, debateremos outros assuntos. Hoje vou
ficar restrito ao objeto do convite.