Requerimento
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, solicito um minuto de
silêncio pelo falecimento do Sr. Sérgio José Oliveira de Souza, um rotariano de
destaque, ex-presidente do Rotary Clube do Partenon, falecido na última
sexta-feira.
Ver. Tessaro, fico grato pelo seu aparte. Quero, antes
de mais nada, dizer que é a primeira vez que, publicamente, eu dialogo com V.
Exa. depois que V. Exa. ingressou no Partido Social Democrático.
Eu tive com V. Exa. excelente convivência durante os
21 anos que V. Exa. esteve no Partido Trabalhista Brasileiro, sempre colocando
o interesse público acima do Partido político e, evidentemente, acima de
qualquer outra coisa. Sei que Vossa Excelência, por ter mudado de sigla, não
vai mudar o seu comportamento. E eu quero continuar tendo o bom relacionamento
que sempre tive com V. Exa. ao longo desse tempo todo, especialmente nesse
período em que estamos juntos aqui na Câmara Municipal.
Nessa linha, Vereador, sendo o Relator da Comissão do
Metrô, que V. Exa. preside com muita eficiência e algumas dificuldades, quero
me congratular com Vossa Excelência, que, na sua visita ao Prefeito Fortunati,
fez algumas ponderações que me parecem muito justas. Nós estamos festejando
muito tudo o que vemos nos jornais. A rigor, passaram para o povo que a
Presidente da República veio aqui com R$ 1 bilhão e entregou para o Prefeito
fazer o metrô. A história não é bem assim. Nós já vivemos neste País situações
do reino do faz de conta, obras que se eternizam no tempo. Nós temos que ter o
cuidado de apoiar as boas intenções do Prefeito, para que aqui também não
ocorram situações como essa.
Por fim, Vereador, está na hora de a gente entender
que financiamento a gente paga, que ninguém faz favor nenhum em oferecer um
financiamento que é feito com recursos públicos para o gerador desses recursos,
que é a sociedade, a comunidade que paga os impostos. Então, meus cumprimentos;
a sua presença junto ao Prefeito, com a sua tranquilidade e serenidade, com certeza
deve ter contribuído para alertá-lo que não se pode entrar nesse clima de festa antecipada, porque isso é muito
perigoso.
Comunicação e Líderança
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o
pronunciamento do Ver. Tessaro agregou mais elementos para o grande debate que
esta tarde está presenciando e que foi deflagrado pela presença, no Rio Grande
do Sul, de S. Exa., a Presidente da República, com o anúncio de algumas
medidas, algumas providências que, ao serem anunciadas, geram expectativa da sua
realização e, naturalmente, como consequência, do nosso reconhecimento.
É verdade que o Rio Grande do Sul, há muito tempo,
pleiteia o apoio federal para a implantação do metrô em Porto Alegre. Não
logrou êxito total. Diferentemente
do que ocorreu em outros Estados da Federação, aqui o Governo Federal anuncia
que ingressará com R$ 1 bilhão no projeto em datas, momentos e circunstâncias
ainda não bem definidas, mas é um compromisso público. E tudo nos leva a crer
que, ao longo dos cinco anos em que o projeto do metrô será desenvolvido, esses
recursos haverão de ser carreados para a sua execução. Isso representa alguma
coisa como 40% do total a ser investido nessa obra.
O Município, Ver. Dib, ficará por 30 anos com
compromissos a saldar pela sua participação nesse magno empreendimento. Tudo
isso é bom. É evidente que sou um saudosista, sou do tempo em que o trensurb
foi instalado em Porto Alegre sem que o Município de Porto Alegre, nem o de
Canoas, nem o de Sapucaia, que eram as extensões da primeira etapa, desembolsassem
um centavo sequer.
Agora nós festejamos os 40% anunciados, que eu espero
que, efetivamente, venham com brevidade, e festejamos mais ainda o
financiamento que será concedido pela Caixa Econômica Federal ou pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico, que, como todo financiamento, deverá ser
pago ao tempo, como tradicionalmente o Município paga os seus compromissos de
longa data.
Por isso, quero dizer ao Ver. Tessaro que me somo a
ele nas suas colocações. Nós estamos vencendo uma etapa, não todas. Temos que
transformar em realidade todos esses anúncios, para não ficarmos vendo a nossa
imprensa anular por inteiro as coisas boas que escrevem, quando, menos de 24
horas depois do anúncio feito pela Presidência da República, em nossa Cidade,
nós somos surpreendidos pela mídia nacional com mais uma forte notícia de
corrupção no Governo da República.
Ora, Ver. Garcia, ao longo desses meses do Governo
Dilma, já tivemos o episódio Palocci; o episódio Nascimento, do Ministério do
Transporte, do DNIT; do Turismo; da área institucional; da Agricultura e,
agora, no Esporte. São recursos substanciais, Ver. DJ Cassiá, que são desviados
do povo e que não voltam para ele, como V. Exa. cobrava da tribuna, há pouco
tempo. Não se sabe de nenhum centavo desses tantos que são desviados que tenha
retornado para onde deveria ter retornado, o que é de interesse público.
Então, me assusta sobremaneira esse fato. Não sou
moralista, nem faço tábula rasa no combate à corrupção. Muitas vezes, acho que
as coisas são exageradas, mas chegou a um ponto em que não há mais como nós nos
afastarmos de debater este tema, bem como deixar de manifestar a nossa
preocupação com o seu alcance, que é cada vez mais largo, que é cada vez mais
longo. O nosso País vive esta triste situação: grandes anúncios de recursos que
serão colocados em obras públicas e que, depois, são contingenciados. E, ao
mesmo tempo, escapam pelo ralo da corrupção substanciosos valores que deveriam
ser utilizados na realização de tarefas e serviços públicos.
Por isso, Sr. Presidente - vou lhe agradecer a tolerância -, eu faço
esse registro com grande amargura porque gostaria de estar junto àqueles que,
euforicamente, festejam os anúncios que eu espero festejar quando se
transformarem em realidade. Muito obrigado.
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Pujol