Oportuna a reunião na
Câmara de Vereadores, tratando de um dos mais pungentes problemas
deste País: o problema da saúde pública. É bem verdade que, por
razões das mais diversas, se estabeleceu uma espécie de Gre-Nal,
de gente que antecipadamente concorda ou discorda com o que o
Secretário diga, independente do que ele tenha a dizer aqui.
Eu, pessoalmente, quero
dizer que me alinho por inteiro à posição externada pelo Ver.
Airto Ferronato, algo que, de certa maneira, havia sido antecipado
pelo Ver. Nedel, que foi o primeiro orador que aqui se pronunciou.
Quando perguntou ao Secretário... E eu não vou perguntar! Eu vou
dizer que é necessário que se faça um grande mutirão nesta Cidade
capaz de não sensibilizar, mas de exigir dos Governos Federal e
Estadual maior atenção com o trabalho que aqui em Porto Alegre é
feito por inúmeras instituições em favor da saúde pública. E o
Ver. Nedel falou que esse mutirão teria que contemplar, entre outras
entidades, o Hospital Parque Belém. E eu diria, Secretário, sem
nenhum medo de cometer incoerência, que teria que prioritariamente
olhar não como entidade privada, mas como uma propriedade dos
servidores do Município o Hospital Porto Alegre. Teria que
considerar disposições da nossa Lei Orgânica Municipal que não se
alterem pela vontade individual de quem quer que seja.
Por isso, com a
tranquilidade de quem não pretende ser homenageado por nenhuma das
torcidas presentes, eu quero apenas, Presidente, lamentar que a
seriedade do assunto que nos trouxe aqui à Casa possa ter ensejado
este Gre-Nal.
Acho que, mais do que
nunca, nós todos temos que estar conscientes de que existe uma soma
de acertos e de erros que, ao longo do tempo, vem ocorrendo e que tem
que nos orientar para uma postura mais adequada, mais correta de
aproveitar um pouco do que ainda resta de potencialidade dos
Municípios para enfrentar esse drama todo.
Porto Alegre, em termos
de saúde, atende não só à nossa população, mas atende a toda a
Região Metropolitana e a muitos pontos do Estado do Rio Grande do
Sul que vêm aqui na busca de atendimento.
Aí surge a necessidade
de que se deem tratamentos excepcionais a algumas instituições, que
não podem, pura e simplesmente, ser entendidas como mais uma
entidade privada, até porque isso não é pecado nenhum. Se for uma
entidade privada e estiver prestando um bom serviço para a
comunidade, apoie-se essa entidade privada! Se não o for, que se
retire o apoio. É por isso que eu me incluo no rol daqueles que
entendem que, mais do que ficarmos atirando pedras entre nós mesmos,
nós temos que atacar o problema na raiz; dizer que, neste País, se
rouba e falta dinheiro para a saúde; dizer que, neste País, falta
recurso para o atendimento do SUS, mas sobra dinheiro para beneficiar
os empreiteiros da Petrobras.
Por isso, é que eu
lamento que a gente não possa, fazer uma discussão menos emotiva,
mais racional, repassando as dificuldades do Município pelas quais
hoje é responsável o Casartelli; ontem, foram outros; amanhã serão
alguns outros. Mas que nós todos, em conjunto, especialmente os
Vereadores e o Secretário Casartelli, não pode esquecer que integra
esta Casa também, que, a qualquer momento, pode ser chamado para cá!
Então, em conjunto, nós temos que dar uma resposta política,
positiva, não de mágoas e contrarrazões que, muitas vezes, não
são as mais justificáveis, e outras tantas são até
injustificáveis, mas, sobretudo, com a isenção e a
responsabilidade de quem não pode mais usar a saúde pública como
um mero discurso eleitoral, como uma forma de fabricar votos, e sim
como uma forma de produzir soluções e produzir resultados.