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| Vereador Reginaldo Pujol na tribuna Foto: Leonardo Contursi / CMPA |
Ontem, oficialmente, tivemos, enquanto Casa do Povo de Porto
Alegre, o primeiro contato objetivo e formal com o projeto de lei, proposto
pelo Executivo Municipal, em 5 de novembro próximo passado, que institui a Zona
Rural no Município de Porto Alegre e cria o Sistema de Gestão da Política de
Desenvolvimento Rural.
A proposta, decorre de um estudo muito prolongado.
E, agora, na Exposição de Motivos, de forma muito expressa,
se acentua que, ao se votar a lei que institui o Plano Diretor de Porto Alegre,
se propunha, naquela ocasião, uma comissão que deveria, em 360 dias, propor
medidas para estabelecer com clareza o que seria zona de produção primária.
Essa lei do Plano Diretor foi revisada cinco anos depois, e
essa comissão só agora, neste ano da graça de 2014, veio produzir o seu
resultado. Porque a comissão, em verdade, só foi atuar agora, no Governo
Fortunati.
E fez um estudo criterioso, nós tivemos oportunidade de
debater parte dele, pedimos até às pessoas envolvidas no processo que nos
encaminhassem de antemão algumas das propostas, pois gostaríamos de aprofundar
nossa análise.
Acabou que, no entusiasmo da abertura da Festa do Pêssego, o
Prefeito anunciou a vinda do projeto, que está agora sendo discutido, de forma
preliminar.
Eu quero, desde logo, acentuar o seguinte: atrás dessa
proposta, existem algumas verdades e algumas lendas.
A principal delas é que organismos do Estado e da União
negaram para o produtor rural de Porto Alegre alguns benefícios sob a alegação
de que a Câmara de Vereadores havia extinto a área rural de Porto Alegre.
Isso, é uma cretinice que foi feita, que deixou muita gente
prejudicada.
Os benefícios que a lei possui são de estímulo à produção primária
e dirigidos ao produtor; não é necessário colocar escancaradamente que é Zona
Rural se ele está produzindo em conformidade com as regras necessárias e
especialmente com produtividade adequada, e não com um simulacro de produção
primária, coisa que acontece com muita gente que tem um sítio de lazer, que
resolve plantar dois canteiros de couve e dizer que aquilo é um estabelecimento
de produção primária, e não é. Nada contra.
Por isso, eu estou aqui fazendo este primeiro debate.
Eu sou absolutamente favorável a que determinadas áreas de
Porto Alegre, especialmente no Extremo-Sul, sejam estimuladas a ter produção
primária.
Acho conveniente que assim seja, mas nós não podemos
desconhecer um fato: hoje quer se corrigir por outros meios aquilo que erros
muito fortes geraram na nossa Cidade.
Entre esses erros, o desestímulo, contido na Lei do Plano
Diretor, para construção em determinadas áreas de Porto Alegre, o que fez com
que, em 15 anos, fossem construídas, em torna da Av. Edgar Pires de Castro,
mais residências do que em todo o Município de Porto Alegre.
Então, não pode se olhar a cidade de Porto Alegre apenas nos
seus nichos, nos seus cantões e no interesse de determinados bairros.
Querem preservar, por exemplo, de forma exagerada, a famosa
memória cultural da Cidade e, de forma adoidada, vão colocando 500 imóveis no
bairro Petrópolis como sendo imóveis a serem preservados culturalmente. Um
exagero!
Por isso, eu quero reforçar, reafirmar e realçar o
compromisso de me debruçar sobre este projeto com o maior zelo, com o maior
carinho e, sobretudo, com a maior responsabilidade de saber dosar adequadamente
onde nós, legisladores, poderemos e deveremos produzir estímulo para a produção
primária, e onde a gente deve respeitar determinadas situações consolidadas.
E digo o seguinte, repetindo: eu reconheço que no projeto –
acredito eu que de forma muito inteligente – se procurou fazer várias manchas
na Cidade, reconhecendo que, em muitos lugares, existe uma certa conturbação e
que vai ter que conviver a área urbanística, ainda que rarefeita, com a Zona
Rural. Esta inteligente composição pode ser a marca positiva do projeto e deve
ser por nós atentamente cuidada. Voltarei na próxima oportunidade, em discussão
preliminar, e, quando este projeto chegar à discussão nas Comissões, lá estarei
presente para aprofundar a análise.
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Caro amigo.
Obrigado por sua participação.
Pujol