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| Na foto: Vereador Reginaldo Pujol Foto: Cassiana Martins / CMPA |
Falo, agora, sobre o projeto de autoria do Ver. Alberto Kopittke e
da Verª Jussara Cony, que obriga a distribuição dos medicamentos constantes da
Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remune), da Secretaria Municipal
de Saúde, em farmácias de unidades de saúde ou distritais, da rede básica de
saúde municipal.
Honestamente, não há coisa mais bonita de a gente propor
para a Cidade do que um projeto como esse, que cuida tão fortemente da saúde
dos habitantes desta Cidade, principalmente dos carentes, dos necessitados,
daqueles sem recursos para comprar medicamentos essenciais para a sua sobrevida
ou para a sua própria vida.
Mas, nós precisamos olhar com muita profundidade esse
projeto, porque nós estamos aqui, frequentemente, aprovando projetos em que
surge a obrigação de fazer, de dar, de manter, sem que se diga com que recurso
irá ser feito isso.
Então nós não podemos criar projetos que nos levem para um
mundo cor de rosa, capaz de garantir, que as pessoas, por exemplo, viagem em um
ônibus com ar-condicionado, com acesso para cadeirantes, com tudo que é de
positivo para ter no transporte coletivo e que isso não custe nada.
Ou que isso seja satisfeito transferindo o custo dessa
operação, entre os quais aqueles que são isentos, para os usuários, como hoje
acontece em que 70% dos usuários pagam a passagem na integralidade, e pagam
mais do que deveriam pagar, e recebem menos do que deveriam receber - eles, que
são os pagantes.
Eu quero deixar muito claro que nós precisamos
necessariamente olhar com extrema cautela esses projetos em que nós queremos
dar mais alguma coisa.
Se assim for, ficará algo interminável, cada um de nós
oferecendo mais alguma coisa para a sociedade, e todos nós esquecendo de dizer
quem vai pagar por isso que estamos fazendo. Como nada acontece por acaso, como
na vida há a necessidade de se compensar o que se oferece a alguém com o
retorno, e como esse retorno, na nossa sociedade, é o pagamento desse produto,
produto de indústria, distribuído por funcionários, enfim, tem custos, quem
cobre esse custo?
Então vou olhar com muito carinho isso, porque,
honestamente, se eu vir uma forma correta de se estender para a população
carente esse benefício, eu sou absolutamente favorável. Apesar de eu achar que
a gente não pode simplesmente dar as coisas para as pessoas sem nenhuma
contrapartida, e eu sou um exemplo positivo nessa circunstância.
As casas da vila Restinga, das várias vilas de Porto Alegre
que eu planejei, que eu executei, construí, as pessoas pagaram por elas um
valor pequeno.
Tiveram fortes subsídios dados pelo Município, em
determinados casos era mais do que 50% do seu valor, mas pagaram, porque elas
têm que se acostumar a lutar para adquirir as coisas.
Hoje, as pessoas que pagaram o empreendimento subsidiado são
todas proprietárias legítimas.
Diverso do que ocorre hoje nos programas habitacionais, em
que a pessoa não paga para adquirir a propriedade; ela tem a posse do imóvel,
pelo qual ela vai pagar dez anos, e, depois disso, ela vai ter discutida a
possibilidade de pagar outro tanto para chegar na propriedade.
Não é o caso dos antigos projetos do extinto Banco Nacional
de Habitação, em que, findo o projeto, fosse qual fosse o residual constante do
financiamento concedido pelo plano de compensação das variações salariais, ele
estava quitado, ele estava definitivamente integrado ao patrimônio da pessoa,
que havia acreditado no Poder Público e naquele projeto.
Só dei como exemplo isso, não posso eu sair totalmente do
que estamos examinando. O Projeto do Ver. Alberto Kopittke e da Ver.ª Jussara
Cony é maravilhoso, e rogo a Deus que, na leitura que vamos fazer dele, esteja
tudo claro, que a gente saiba de onde vai sair recurso para isso, e que a gente
possa, por força igual, aprovar pura e integralmente, ainda que nós saibamos
que nós não podemos determinar que o Governo dê qualquer coisa, se nós
estabelecermos a fonte de custeio.
Mas nós, não só temos que ter a boa intenção, o desejo de
ajudar o próximo, nós temos que fazer coisas viáveis, não coisa que no fim seja
demagógica e que apareça apenas como uma forma de se mostrar serviço de alguns,
em detrimento da realidade e do cotidiano.
Era isso, que eu coloco, encaminhando as matérias que estão
aqui em Pauta, que envolveria outros projetos também de relevância.
Tão logo seja cumprida, essa parte da tramitação, que é a
discussão preliminar de Pauta, tão logo chegue às Comissões, a Comissão de
Justiça, como sempre fez, imediatamente irá se debruçar sobre ela dando
possibilidade para, com a brevidade devida, a matéria possa ser examinada pelas
outras Comissões e seguir, afinal, aqui no plenário, onde – como diz bem o Dr.
Thiago – as grandes decisões são tomadas.

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Pujol