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Foto: Ederson Nunes / CMPA |
O período de Pauta, em discussão preliminar, da quarta-feira,
se reservou para um único assunto: o PELO nº 002/15, de autoria do Ver. Márcio
Bins Ely, que inclui parágrafo único no art. 48 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, estendendo a prerrogativa de não perda do mandato ao Vereador em
caso de assunção como adjunto ou titular de cargos – e ali enumera vários
cargos.
Seguramente, acho que nós precisamos ter a tranquilidade de
nos posicionarmos em determinadas situações com realismo e não com as
circunstâncias.
Esta Casa, há alguns anos, abriu uma exceção muito positiva,
quando permitiu que o meu particular amigo e ex-Vereador Artur Paulo Araújo
Zanella fosse ser Diretor da Companhia Riograndense de Turismo, organismo que
hoje já não mais persiste, atuando naquela área com muita proficiência,
competência e determinação.
Acho que toda vez que criamos alguma restrição para que
algum companheiro nosso possa atender a algum desafio que lhe for proposto é
uma postura, a meu juízo, muito circunstancial. Eu não olho a circunstância. Na
minha circunstância pessoal, eu tranquilizo a todos, pois jamais pretendo, especialmente
neste mandato, utilizar este dispositivo. Na minha idade, aos 75 anos, não
quero ser titular nem adjunto de Secretaria alguma. Quero cumprir o meu
mandato, com rigor, com entusiasmo e com o maior empenho nesse desiderato e
nesse particular.
Criar restrição para que qualquer um dos integrantes desta
Casa possa eventualmente ocupar uma posição, especialmente na órbita estadual,
que é relevante, que é interessante para a cidade de Porto Alegre que um
Vereador vá ser, por exemplo, Secretário adjunto de uma Secretaria, ou
semelhante, um Secretário substituto, o segundo em uma Secretaria importante do
Estado, como Obras Públicas, Trabalho, Habitação, Educação, Cultura...
Enfim, é bom para Porto Alegre.
Não sei como esses governos que criaram tantas secretarias
não criaram uma secretaria específica para assuntos metropolitanos, porque a
Grande Porto Alegre, a Região Metropolitana, cada vez mais é um universo aparte
dentro do Rio Grande, com características próprias, tanto que o Presidente, com
muita sabedoria, está buscando montar um Parlamento metropolitano para que, em
conjunto, os Vereadores de todos esses Municípios possam se posicionar diante desse quadro que hoje se apresenta
extremamente desafiador e que, hoje, com a graça de Deus, não nos aflige no que
diz respeito à água, mas que amanhã, queira Deus que não, pode nos afligir
fortemente com relação à energia elétrica, ainda que o Rio Grande do Sul seja o
Estado em que maior número de quilowatts de energia alternativa é produzido,
quer seja pelo carvão de Candiota, quer pelas experiências altamente
satisfatórias que a geração pelo vento está produzindo em Osório, no Litoral,
em Santa Vitória do Palmar e mais fortemente em Santana do Livramento.
Por isso, eu quero dizer que tomei um compromisso com o
vereador Márcio Bins Ely, quando me consultou sobre a matéria, e até lhe
ofereci algumas sugestões.
Não inteiramente abandonei essas sugestões.
Há algumas discussões, se o assunto foi bem ou mal
conduzido, se o signatário deveria ser o conjunto das Lideranças, a Mesa da
Casa, enfim, algumas situações que eu tenho expectativa, e estarei aqui, pontualmente,
no Colégio de Líderes para discutir esse assunto. E eu advogo até que, se esse
for o assunto, se essa for a dificuldade, por que nós não providenciamos um
substitutivo que derrube essa dificuldade que alguns entendem como aparente na
alteração da nossa Lei Orgânica Municipal?
Mesmo porque, não
transcorrendo o segundo dia de Pauta, o que se dará hoje, evidentemente que aí
poderá ser objeto inclusive de exame conjunto das comissões, o que ontem não
poderia ocorrer.