terça-feira, 4 de novembro de 2014

FERIADOS, LICITAÇÕES E AUMENTOS

Sempre nos intrigou esta história do ponto facultativo.
Eu nunca vi ninguém brigar por trabalhar no dia de ponto facultativo, nunca vi isso.
Então, não era feriado, era ponto facultativo, mas os postos de saúde estavam fechados.
Ouvi de um médico que não adiantava ele ir se o sistema não estava funcionando, o posto estava fechado.
E aí, no caso concreto, me surge uma indagação especial.
Neste feriado, que gerou ponto facultativo, seria homenagem aos servidores públicos, e a data era na terça-feira.
Então, na terça-feira, alegam os funcionários que trabalharam naquele dia e que houve a troca para sexta-feira, para ser esse o ponto facultativo que permitia a eles terem essa folga.
Então, eu acho que nós temos que deixar muito claro o seguinte.
Claro que os servidores merecem serem homenageados – e já é uma tradição neste País a homenagem não ser da pessoa trabalhando e, sim, da pessoa estar folgando, mas é preciso que haja um ensinamento desse fato, porque jogar um feriado ou um ponto facultativo de uma terça-feira para uma sexta-feira é correr este risco: por 72 horas ficou interrompido o atendimento médico nos postos de saúde do Município.
Assim, eu vejo com muita estranheza alguns hábitos deste País.
Eu vim à tribuna da Câmara de Vereadores, não tanto para falar desse assunto, há outras coisas que me assustam sobremaneira neste País.
Uma delas, eu acabo de ouvir a notícia de que, depois de toda uma discussão de mais de dez anos a respeito da ampliação do aeroporto da Cidade, as coisas vão mudar.
Estão pensando agora em fazer um novo aeroporto e deixar de lado, pelo menos em grande parte, a ideia inicial, que era de duplicar a condição de atendimento ao público no nosso aeroporto e, mais do que isso, permitir que aviões de maior porte pudessem estacionar em função do prolongamento das pistas.
Para que isso acontecesse, várias coisas foram feitas: casas foram desapropriadas, famílias foram mudadas de lugar, vilas foram construídas lá na Zona Norte de Porto Alegre, e agora, depois de dez, doze anos, parece que nada disso aconteceu.
Simplesmente dizem que vai abrir agora uma licitação – e a palavra licitação está sendo usada no Brasil como se fosse a vara mágica que resolve qualquer problema – para que uma empresa privada assuma o controle do nosso aeroporto, e, nessa licitação, estará embutida a responsabilidade da ganhadora de também não só administrar e concluir as obras desse aeroporto, como também de fazer as obras do outro aeroporto.
Ai, meu Deus do céu, que coisa complicada!
Não sei, se, no fim, não vai ocorrer o que tem ocorrido com muita frequência nos últimos tempos no Brasil: abrem as licitações, o edital é mal formulado, as exigências são exageradas, não aparece licitante, e o problema se prolonga apesar de a licitação ter sido publicada e ter sido convocada.
Não basta licitar, tem que equacionar os problemas, tem que parar de empurrar com a barriga.
Eu não quero ser mau perdedor, mas é extremamente significativo que, tão logo houve a reeleição da Presidente da República, no mesmo dia já aumentou o pedágio, outros aumentos já começaram a surgir, as multas subiram 900%, o aumento da gasolina é iminente, o da eletricidade vai ser 30%, e isso tudo a gente não pode assumir de braços cruzados.
Não sou favorável a esse movimento torpe que está se agravando e que quer o impeachment.

O povo não nos ajudou a mudar nas urnas; agora nós temos que suportar e resistir o que der à coisa que ficou instalada.  

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