Sempre nos intrigou
esta história do ponto facultativo.
Eu nunca vi ninguém
brigar por trabalhar no dia de ponto facultativo, nunca vi isso.
Então, não era
feriado, era ponto facultativo, mas os postos de saúde estavam
fechados.
Ouvi de um médico que
não adiantava ele ir se o sistema não estava funcionando, o posto
estava fechado.
E aí, no caso
concreto, me surge uma indagação especial.
Neste feriado, que
gerou ponto facultativo, seria homenagem aos servidores públicos, e
a data era na terça-feira.
Então, na terça-feira,
alegam os funcionários que trabalharam naquele dia e que houve a
troca para sexta-feira, para ser esse o ponto facultativo que
permitia a eles terem essa folga.
Então, eu acho que nós
temos que deixar muito claro o seguinte.
Claro que os servidores
merecem serem homenageados – e já é uma tradição neste País a
homenagem não ser da pessoa trabalhando e, sim, da pessoa estar
folgando, mas é preciso que haja um ensinamento desse fato, porque
jogar um feriado ou um ponto facultativo de uma terça-feira para uma
sexta-feira é correr este risco: por 72 horas ficou interrompido o
atendimento médico nos postos de saúde do Município.
Assim, eu vejo com
muita estranheza alguns hábitos deste País.
Eu vim à tribuna da
Câmara de Vereadores, não tanto para falar desse assunto, há
outras coisas que me assustam sobremaneira neste País.
Uma delas, eu acabo de
ouvir a notícia de que, depois de toda uma discussão de mais de dez
anos a respeito da ampliação do aeroporto da Cidade, as coisas vão
mudar.
Estão pensando agora
em fazer um novo aeroporto e deixar de lado, pelo menos em grande
parte, a ideia inicial, que era de duplicar a condição de
atendimento ao público no nosso aeroporto e, mais do que isso,
permitir que aviões de maior porte pudessem estacionar em função
do prolongamento das pistas.
Para que isso
acontecesse, várias coisas foram feitas: casas foram desapropriadas,
famílias foram mudadas de lugar, vilas foram construídas lá na
Zona Norte de Porto Alegre, e agora, depois de dez, doze anos, parece
que nada disso aconteceu.
Simplesmente dizem que
vai abrir agora uma licitação – e a palavra licitação está
sendo usada no Brasil como se fosse a vara mágica que resolve
qualquer problema – para que uma empresa privada assuma o controle
do nosso aeroporto, e, nessa licitação, estará embutida a
responsabilidade da ganhadora de também não só administrar e
concluir as obras desse aeroporto, como também de fazer as obras do
outro aeroporto.
Ai, meu Deus do céu,
que coisa complicada!
Não sei, se, no fim,
não vai ocorrer o que tem ocorrido com muita frequência nos
últimos tempos no Brasil: abrem as licitações, o edital é mal
formulado, as exigências são exageradas, não aparece licitante, e
o problema se prolonga apesar de a licitação ter sido publicada e
ter sido convocada.
Não basta licitar, tem
que equacionar os problemas, tem que parar de empurrar com a barriga.
Eu não quero ser mau
perdedor, mas é extremamente significativo que, tão logo houve a
reeleição da Presidente da República, no mesmo dia já aumentou o
pedágio, outros aumentos já começaram a surgir, as multas subiram
900%, o aumento da gasolina é iminente, o da eletricidade vai ser
30%, e isso tudo a gente não pode assumir de braços cruzados.
Não sou favorável a
esse movimento torpe que está se agravando e que quer o
impeachment.
O povo não nos ajudou
a mudar nas urnas; agora nós temos que suportar e resistir o que der
à coisa que ficou instalada.
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Pujol