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| Foto: Leonardo Contursi/CMPA |
Semana passada, nós vereadores discutimos muito um projeto
que acabou sendo retirado. Nesse projeto existiam algumas nuances que,
sinceramente, gerou, na Casa, um paradoxo impressionante, no qual, num
determinado momento, o Vereador Clàudio Janta, que é Líder do Governo, na
Câmara, mantinha uma orientação, e o Governo, através de outros seus
integrantes, sustentava outra posição. O que eu quero deixar muito claro – fato
este que eu não tenho dúvida nenhuma de tornar público, pois sempre disse que
eu não me acomodo bem em pertencer à oposição nesta Casa, que não sou adesista
de governo, por isso me declaro independente – é que é o meu desejo maior
possível contribuir para que o Prefeito ungido nas urnas, eleito por maioria,
sem o meu voto no primeiro e no segundo turnos, possa realizar uma grande
administração, e que, para tanto, ele tenha que apresentar algumas mudanças que
não são de compreensão muito fácil e que, por isso, precisam ser mais bem discutidas,
melhor debatidas e melhor esclarecidas. Nos dias de hoje, quando se faz
referência a que faltou coragem aos Vereadores para tomar determinadas
posições, eu quero dizer o seguinte: este discurso não prospera mais aqui dentro
da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Na primeira ocasião em que nós ouvimos
o Prefeito eleito, antes de assumir, em reunião conosco, ele declarou, de forma
muito enfática, que teria que fazer e propor mudanças para as quais precisava
ter coragem, e eu cumprimentei o Prefeito por essa posição, dizendo que o mais
importante que pode existir é a pessoa ter a coragem suficiente de dizer sim
quando é necessário, e não quando é imprescindível. Concluo, dizendo que, mais
do que nunca, a gente se coloca, a Casa, nesta ambivalência de saber o momento
de dizer não. E pode, às vezes, dizer equivocadamente. Não é o momento de dizer
não e se disse não, mas não há erro maior do que a omissão, e a falta de posição
não pode ser a característica desta Casa. E não há de ser por pressão de
qualquer ordem que nós vamos modificar uma tradição altaneira deste
Legislativo, que tem sabido conviver com governo e oposição, e, em determinados
momentos, com um grupo intermediário, que é maior que a oposição e que o
governo na Casa, que são os grupos independentes, convivendo com esta realidade
e contribuindo, a seu modo, para que a Cidade se desenvolva e encontre um bom
resultado num período excepcionalmente negativo da história brasileira, em que,
mais do que nunca, a crise que o desmando gerou neste País, se faz sentir na
União, no Estado, e-por que não? – no Município. Vamos, firmes, manter a
posição! No nosso caso, de independência responsável, que pode ser, e quer ser,
de apoio ao Governo, desde que o Governo queira ser apoiado.

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Pujol