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| Foto: Leonardo Contursi/CMPA |
Fui à tribuna da Câmara de Vereadores de Porto Alegre ainda sob o impacto da magnífica e magistral aula sobre segurança pública que nos forneceu o Ver. Alberto Kopittke. Em verdade, o que vimos na tela não tem nada de novo; faz parte de uma política traçada em Brasília, da qual, segundo me consta, o Dr. Kopittke foi um dos grandes colaboradores que desenvolveram experiências, em várias comunidades por este Brasil afora, e que teve seu final nas famosas unidades pacificadoras.
Quem não se lembra, no Brasil, daqueles episódios fartamente divulgados pela mídia nacional a respeito do Morro do Alemão? Quem não se lembra?
Quem hoje se recorda do que se tinha como expectativa na aplicação daquela política pacificadora em que a polícia iria buscar o reconhecimento e o relacionamento com a sociedade para aí desenvolver um policiamento moderno e adequado?
O que se vê hoje é o noticiado que a polícia pacificadora está matando gente no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro, como nunca fez na sua história.
As notícias a respeito de julgamento de policiais e toda essa confusão, são os exemplos da unidade pacificadora. O que mais uma vez dá razão ao povo quando ele diz que tudo é verdade, “todo es según el color del cristal con que se mira”. Toda essa crítica e essa colocação demonstra, com clareza, que toda teoria na prática é diferente. É bela a teoria desenvolvida, o discurso maravilhoso, e o resultado?
Em Porto Alegre fizeram experiência na Cruzeiro, na Bom Jesus, na Restinga.
E qual foi o resultado?
Hoje tem, a se lamentar, mais criminalidade nessas áreas do que tinha antes. Então, esses programas bonitinhos, colocados na tela, cheios de colocações, de referências a vários países do mundo com realidade completamente diferente da realidade brasileira, e querer enquadrar o Município brasileiro em situações vividas pelos departamentos da Colômbia, onde o Município é diferente dos daqui do Rio Grande do Sul e do Brasil...
Lá as autoridades locais têm o poder de polícia total, como tem os governos de Estado na federação brasileira. Então não dá para confundir uma realidade com a outra. Acho que é maravilhosa a exposição do Ver. Kopittke, acadêmica, muito bem proferida, muito bem ilustrada, com várias demonstrações colocadas no nosso telão, mas, infelizmente, para nós resta o desconsolo de sabermos que essas coisas colocadas em prática tiveram resultado funesto, e que todos esses gastos, o envolvimento do Exército Nacional, envolvimento de gregos e troianos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em todos esses lugares onde foi feita essa experiência, o resultado é pífio, é negativo, não representa nenhum avanço.
Então eu agradeço tranquilamente ao meu querido Ver. Alberto Kopittke, seu pronunciamento maravilhoso, mas quero alertar a sociedade porto-alegrense, ao público em geral, que, infelizmente, essa aula é ministrada para alunos que já foram reprovados integralmente na realização das suas teorias, que se mostraram, absolutamente frustradas, porque não eram ajustadas à grande massa que é a fonte inspiradora da realização do bom trabalho.
Não adianta, agora, ir a Medellin, Bogotá, Chicago, Nova Iorque, se nós não soubermos como pensa a Restinga, Espírito Santo, Santa Rosa, a periferia de Porto Alegre, a cidadania de Porto Alegre.
Por isso, digo novamente: bela aula, infelizmente a teoria não se concretizou na prática.

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