Foto: Vicente Carcuchinski / CMPA |
Participei da homenagem póstuma prestada ao Jorge Alberto
Portanova Mendes Ribeiro Filho, que faleceu no último sábado.
Pessoalmente, eu vivo uma situação, com relação ao Jorginho,
diferente dos demais Vereadores à medida que não tive o prazer de tê-lo como
meu colega aqui na Casa.
Coincidiu que o período em que ele ocupou a vereança, eu não
estava no Legislativo da Cidade.
Mas tenho com o Jorge uma ligação muito especial, porque,
como Líder do PDS na ocasião, busquei já, em 1980, incluir o seu nome na
nominata de candidatos a Vereadores pelo Partido, quando ele era um jovem
assessor do falecido Deputado Celestino Goulart, então Secretário de Justiça do
Estado. Na ocasião, eu tive a desaprovação pública do meu gesto pelo genitor, o
Jorge Alberto Beck Mendes Ribeiro, que entendia que eu estava usando o nome do
seu filho, quando, em verdade, o que nós estávamos era preconizando uma
situação que se completaria em 1982, quando, efetivamente, ocorreram as
eleições municipais, oportunidade em que o Jorge, concorrendo pelo Partido
Democrático Social, alcançou a votação necessária para se eleger Vereador. E,
mais tarde, foi eleito Deputado Estadual e ter toda uma campanha com a
trajetória que culminou no Congresso Nacional e no Ministério da República
Por isso, eu tinha com o Jorge um carinho especial, e ele
retribuía com idêntica intensidade. Toda vez que eu estive em Brasília, nesses
largos anos em que ele foi Deputado ou Ministro, me foi dado deferência
especialíssima.
Mas, além desse aspecto pessoal, eu quero, com autoridade de
quem ultimamente não comungou com as mesmas posições políticas do Jorge Mendes
Ribeiro, que teve a coragem inclusive, num determinado momento, de ser o único Parlamentar do PMDB gaúcho a
apoiar a eleição da nossa Presidente Dilma, quando da sua primeira eleição. De
todos os Deputados Federais do Rio Grande do Sul, só ele do PMDB que apoiava a
Dilma, atitude que ele justificava como muita clareza, dizendo que era
partidário de uma candidatura própria do PMDB, mas, como o PMDB não tinha
candidatura própria e propunha o Vice da candidatura do PT, ele, como
partidário, estaria apoiando aquela candidatura. E o fez com muita dignidade e
com muita lisura. Por isso, eu quero me associar às homenagens póstumas que foram
prestadas, podem não ser os mesmos motivos, mas as razões e os fundamentos, ao
final e ao cabo, se identificam entre si.
O Jorge foi, realmente, um grande valor da vida pública
gaúcha, foi um excelente Vereador, um Constituinte Estadual muito bom, um
Deputado Federal atento à realidade socioeconômica e política do País e um belo
Ministro da Agricultura.
Quando ele foi escolhido para o Ministério, houve criticas
muito fortes de que ele não estava preparado para ser Ministro da Agricultura.
Eu tive diálogos ásperos, em programas de rádio, com seus críticos que depois
mudaram a pretensão, dado que, com muita competência, habilidade e
objetividade, o Mendes foi um belíssimo Ministro da Agricultura no momento
muito difícil para a agricultura brasileira.
Então, por tudo isso e por ser do coração, eu me somo a todos.
Estou triste, muito triste, por não ter mais o Jorge conosco. Mas, de certa
forma, tranquilizado – pelas circunstâncias de que os seus últimos dias não
foram nada favoráveis –, porque Deus buscou um conciliador para armar as
estruturas do céu, é a minha opinião.
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