terça-feira, 28 de outubro de 2014

ELEIÇOES - UMA ANÁLISE, UM AGRADECIMENTO...


A coincidência de nós dispormos do Grande Expediente com o grande pleito nacional que  foi celebrado neste País nos impõem, naturalmente, a uma manifestação nesse sentido. 
Desde logo eu quero cumprimentar os vitoriosos, vários são os vitoriosos, desde os componentes das bancadas do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, do Partido Socialista Brasileiro, do Partido Popular Socialista, que, desde o primeiro turno, deflagraram a bandeira de José Ivo Sartori, até aqueles outros partidos que a eles se somaram no projeto da mudança que acabou sendo consolidado nas urnas de forma majoritária, muito expressiva. 
Por igual e por outras razões, congratulo-me com o Partido dos Trabalhadores e com os seus aliados gaúchos ou nacionais, PMDB nacional e o PTB local, pela vitória da sua candidata à Presidência da República. Nós, do Democratas, neste dia e nesta hora, ainda que eventualmente frustrados por não termos consumado a mudança que perseguimos com obstinação no apoio à candidatura de Aécio Neves, fizemos o registro de que neste dia nos cabe até mesmo parafrasear o Governador eleito José Ivo Sartori, que declarava que o partido dele é o Rio Grande. Em verdade nós, Democratas, podemos dizer, num plágio confessado, que o nosso partido é o Brasil e em que pesem os temores e o ceticismo que nos envolve, razão maior da nossa obstinação na campanha eleitoral, nós desejamos que, ao final e ao cabo, possa a Sra. Presidente da República realizar, no comando da Nação, os projetos anunciados durante o período pré-eleitoral e até mesmo o Brasil, decantado em prosa e verso nesses programas, o qual, honestamente, nós desconhecemos por não vê-lo na realidade do quotidiano. 
Um pronunciamento nosso nesta hora pode, com toda a razão, ser entendido como um esperneio de perdedor, coisa que nós somos confessos, em que pese nós nos solidarizarmos e integrarmos, modestamente, o conjunto de forças que transformou José Ivo Sartori no Governador eleito do Rio Grande, no nosso empenho, desde a primeira hora, muito mais forte, muito mais firme, era em prol da candidatura de Aécio Neves para Presidente da República. 
Não logramos êxito, em que pese termos amealhado considerável parcela de votos dos brasileiros, muito diverso daqueles que foram preconizados, há pouco tempo, e até mesmo na véspera da eleição pelos famosos institutos de pesquisa. Apesar de tudo isso, não logramos êxito e isso estamos registrando com a maior firmeza e segurança. 
É claro, que as urnas nos revelam algumas verdades. Primeiro, que o Rio Grande altaneiro, numa demonstração inquestionável da vocação de independência que os gaúchos proclamam, viam neste pleito eleitoral, pelo menos, duas grandes manifestações dessa sua independência: nas posturas do PMDB gaúcho e do PT gaúcho de, independente da orientação nacional do seu Partido, firmar posição pela mudança, um hino de louvor à melhor tradição da política do Rio Grande. ós, que estivemos com Aécio desde o primeiro momento, somos eternamente reconhecidos a essa postura tão correta da parte dessas duas grandes agremiações partidárias do Estado. 
Aos nossos companheiros Tucanos, aos companheiros do Solidariedade, àqueles companheiros que acompanharam a decisão nacional do PTB e estiveram conosco durante todo tempo, queremos também apresentar a nossa solidariedade e o nosso abraço entusiasmado, como de resto, ao Partido Socialista Brasileiro, através da sua grande liderança consolidada neste pleito, do Deputado Beto Albuquerque, as mais respeitosas homenagens de parte dos Democratas. Por fim, os pleitos muitas vezes escondem, algumas realidades, que se não são uma mentira eleitoral, são uma mentira da própria democracia. Temos hoje, comprovados, que mais de 60% dos brasileiros com condições eleitorais, não queriam e não apoiavam a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff. Muitos deles erraram na alternativa, lavaram as mãos como Pilates, não comparecendo às urnas em número de 21%; anularam os seus votos, possivelmente, votaram em branco. Isso é uma característica de um processo democrático que consolida a maioria dos presentes, a maioria dos atuantes e que despreza, por inteiro, a omissão dos faltosos, daqueles que não comparecem às urnas, ou daqueles que abrem mão do seu direito de opinar e decidir. A todos cabe algum tipo de razão; a nós cabe este registro: perdemos, como disse o nosso candidato, fazendo um bom combate, mas não perdemos a nossa fé nos destinos deste País, tormentosos nos dias atuais, registrando escabrosas situações que foram evidenciadas durante o pleito, com situações que não enriquecem a história política desta Nação.

Mas, ao final e ao cabo, decorre da vontade democrática expressa pelas urnas. As urnas sempre falam mais alto, as urnas sempre falam mais claro, as urnas decidiram que o PT e seus aliados continuarão governando o Brasil: que o PMDB e seus aliados irão governar o Rio Grande nos próximos quatro anos. A nós, nacionalmente, não cabe outra postura, senão continuarmos firmes na nossa oposição responsável, que jamais estará contra os interesses da Nação, mas que haverá de ser zelosa e guardiã das nossas responsabilidades democráticas. 
Hoje, a palavra resistir, faz-se mais presente do que nunca, é preciso resistir às tentações, que levam até o esmorecimento, à vontade de parar, de renunciar à capacidade de luta, coisa que, para alguns, entre os quais, orgulhosamente, me incluo, é receita inaplicável. Vamos continuar defendendo as posições que defendemos e que neste pleito foram sustentadas pelo Aécio Neves, mas que, em verdade, decorrem da nossa disposição de vermos o Brasil sob uma determinada ótica, muito diversa daquela que foi consagrada nas urnas. 
Os mais de 50 milhões de brasileiros que nos acompanharam são a prova de que não estamos sós, e que a nossa vigilância há de continuar, de forma fixa, firme e decidida, almejando aos eleitos toda a sorte de felicidade, especialmente toda a possibilidade de poder realizar com êxito as suas propostas, e a certeza de que, hoje, como ontem e como será no futuro, nós estaremos firmes, não comprometendo os nossos ideais, não abdicando dos nossos princípios, não tornando nulos os nossos compromissos com as nossas idéias e com as nossas condições e, sobretudo, comprometidos tão somente com aquilo que nós entendemos que seja o melhor caminho para o desenvolvimento da democracia brasileira. 
Afinal, um partido que nasceu de uma rebeldia, de uma dissidência parlamentar, para propiciar que o País ingressasse neste estágio do processo político em que ele se encontra, não poderia ter outra posição senão a de agora. Ficaremos na oposição responsável, na oposição democrática, na oposição séria, na oposição comprometida com os ideais da resistência de quem almeja para este País uma história diferente da que hoje está sendo contada, coisa que só poderá ser alcançada se nós persistirmos na luta, permanecermos no combate e, sobretudo, reafirmarmos as nossas posições. 
É o que eu faço hoje, em nome do meu partido, derrotado nas urnas, mas firme nas suas convicções.

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