Eu estava no meu gabinete atendendo, por coincidência, um
médico que a Casa vai homenagear, muito em breve, e que tem as suas atividades
diversificadas na Cidade, mas, fundamentalmente, é o Diretor Médico do Hospital
Porto Alegre.
Este Hospital é mantido pela AFM e o médico se relaciona
muito bem com o nosso Presidente - estou falando do Dr. Seabra -, quando ouvi
no microfone, exatamente, a manifestação do Ver. Janta sobre a área da Saúde.
Tema este que, durante esses quatro meses entre a campanha e
as eleições, tomou conta de todas as rádios e todas as emissoras de televisão,
era o assunto que mais se ouvia: saúde pública.
E acho que não há nenhum exagero em isso ocorrer, porque se
algo tem que ter prevalência aos demais, é exatamente a manutenção da
integridade física, para que a pessoa possa valorizar o bem maior que o Criador
nos deu, que é a vida e a fazer na sua plenitude, no interesse das suas
potencialidades, e, sobretudo, boa saúde.
O Ver. Janta fala com muita propriedade numa redução de
2.68% nos recursos colocados no Orçamento de 2015, e isso relativamente é o que
estava estabelecido no Orçamento de 2014, numa variação de R$ 931 milhões para
R$ 906 milhões.
Há de se dizer: “Ora! Mas são 2,5% de redenção”. E nós
sabemos que o Município está em grande contingenciamento. Mas é justo - e o
Ver. Janta bem acentuou nesse particular - que a gente buscasse que em
atividades especiais, como a atividade de pronto-atendimento para promoção e
atenção à saúde, 24 horas, as demandas agudas e agudizadas, essa redução fosse
zerada, ou, então, fortemente amenizada.
Ver. Garcia, V. Exa., que preside a Casa, esteve nos últimos
anos, quase que inteiramente lá na Comissão de Finanças e Orçamento; inúmeras
vezes foi o grande Relator da matéria e procurou, de forma muito ajuizada,
controlar eventuais exageros reivindicatórios e não comprometer o desempenho
fiscal do Município, o que conseguiu, muitas vezes, com um êxito muito grande.
Eu acho que este ano, mais do que nunca, a Câmara tem que se fazer presente
nesse sentido.
Eu aprendi, ao longo do tempo, que é nos momentos de crise
que se agiganta a inteligência do homem; do homem como ser humano, homem e
mulher, por conseguinte. Então, nessa hora em que os recursos estão escassos,
temos que trabalhar para que ele seja o máximo possível bem aplicado. Eu não
tenho dúvida nenhuma que há correção na aplicação dos recursos, mas aqui e
acolá há um pequeno senão que pode ser objeto de correção. Então, eu aproveito
esta manifestação em Pauta Especial para fazer uma conclamação à Comissão de
Finanças e Orçamento, que olha em profundidade esse aspecto, que atente sobre
essas circunstâncias, até porque, com toda a certeza, o acúmulo de debate que
tem ocorrido em torno desse assunto, fará, certamente, aflorar muitas emendas
nesse sentido.
Então, vamos priorizar, até mesmo dentro do espectro amplo
da saúde, que tem algumas áreas mais sensíveis do que outras e algumas áreas
justifica a maior excepcionalidade que a própria excepcionalidade da saúde já
impõe e determina.
Por isso, eu quero,
no tempo que saúdo o Ver. Janta por ter levantado este assunto e me fornecido,
inclusive, os dados – sem os quais eu não me atreveria ingressar no assunto –,que,
vamos também, nesse particular, procurar azeitar esse orçamento da crise, orçamento
das dificuldades, os Municípios todos – não é só Porto Alegre, são todos os
Municípios brasileiros – estão passando enormes dificuldades. Mas, mesmo dentro
desse quadro difícil, complicado, não desejável, vão procurar as melhores
saídas e as melhores soluções. Conto com a sua liderança, Presidente, e
ultimamente, até por decorrência de alguns acidentes, sabe o que representa a
prontidão no atendimento de saúde, que, às vezes, não se obtém nem com os
recursos; outras vezes, nem com o prestígio pessoal. Se para nós já é difícil,
imaginem para os carentes, aqueles que são mais dependentes da ação do SUS,
mais dependentes da ação das políticas sociais desenvolvidas pelos governos da
área de saúde pública. Vamos comprometer a nossa Câmara na qualificação e, mais
do que isso, na otimização dos recursos, que já são escassos, e que precisam
ser muito bem aplicados nessa hora de crise e de profunda necessidade.
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Pujol