Impressiona a sociedade esse
paradoxo, de que experiências recentes, como o transporte fluvial da travessia
Porto Alegre – Guaíba, a lotação da Restinga e Belém Novo, outro exemplo,
funcionem tão bem e de forma tão confortável para seus usuários.
Em contraste com o transporte
coletivo por ônibus em Porto Alegre.
Isso me impõe uma repetição.
O transporte coletivo, como
obrigação do Estado e do Município, tem um sistema de custeio totalmente
equivocado.
A passagem de ônibus de Porto
Alegre teria que ser mais cara do que é hoje. O município, com justiça e com
responsabilidade faz com que ela fique retida e ao mesmo tempo autoriza que os
idosos, cumprindo disposição constitucional, não paguem a passagem, os
estudantes e professores paguem meia passagem, as pessoas que se deslocam
usando dois trechos paguem uma única passagem, os brigadianos, fardados ou não,
não paguem passagem, nossos queridos carteiros não pagam passagem, oficiais de
justiça não pagam passagem, que trinta por cento da comunidade não pagam passagem.
E além disso há um prêmio mensal praticamente, que aos domingos as comunidades
ocupem os ônibus, destruam os ônibus no dia do passe livre.
Então o exemplo do bom sucesso da
experiência do catamarã, na travessia do Guaíba e em seu novo trecho até o
BarraShooping, e o sucesso espetacular da linha de lotação da Restinga e Belém
Novo,
- Hosanas, o “Pujolzinho” tinha o
direito de festejar, faz vinte anos que eu digo que a coisa ia dar certo, e deu
certo!
As pessoas pagam bem mais e se
sentem confortáveis.
Então, tem um nicho das pessoas
que estão entre os usuários de transporte coletivo público, e os usuários de
automóveis e motocicletas, bicicletas, enfim, tem um nicho, um grande número de
pessoas que se tiverem um alternativa de transporte público, satisfatória, são
capazes de pagarem mais. E o faz com satisfação.
E de outro lado há uma continuada
manifestação de repúdio por parte daqueles que já começaram a sentir, que são
em última instância, os grandes financiadores das boas ações dos governos. Que
resolvem cumprimentar com o chapéu alheio. Isentando muitos dos pagamentos e
transferindo o custo destas isenções a todos os usuários do transporte
coletivo.
Então meus caros, estes fatos que
saliento por serem relevantes no que diz respeito ao transporte coletivo, nos
indicam mais do que nunca, a necessidade de mudar o foco da discussão sobre o
transporte por ônibus em Porto Alegre.
Que já foi o melhor do Brasil. E
está deixando de ser, por incrível que pareça.
Porque o governo arrocha a
passagem, porque cada vez mais está tendo dificuldades de encontrar
justificativas para este sistema injusto e cruel que hoje domina o transporte
coletivo.
Por isso, meus caros, é preciso
mudar.
Essa é mais uma daquelas
situações em que eu digo:
-“Pujolzinho”, infelizmente, é
pitonisa. Previu esta situação.
Agora, queira Deus, que eu erre.
Mas acho que para muitos, trabalhadores, operadores do sistema e usuários,
muita dor de cabeça vai ocorrer no final do mês. No desacerto, e não no acerto,
das negociações salariais dos trabalhadores rodoviários. Que já disseram que
querem um aumento bem superior aquele que foi propiciado a eles.
Porque num Estado em que o
Governador, não reeleito, demagogicamente aumenta o salário mínimo regional em
16%, é natural que as várias categorias de trabalhadores, queiram reajustes de
10, 11 ou 12%.
E a realidade é que as empresas
não tem como pagar isso, sem repassar este custo para a passagem.
E se fizer isso vem todo o
descalabro das reclamações dos usuários.
Este é o paradoxo, o drama que tem que ser enfrentado
com muita determinação e muita responsabilidade, e mais do que isso: muito
espírito público.

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Pujol