023ª SESSÃO ORDINÁRIA – 28MAR2012
O SR. REGINALDO PUJOL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, há cerca de meia hora, eu
disse à Vereadora Maria Celeste que o excesso de encaminhamento poderia ser
fatal para o seu Projeto, para a manutenção do Projeto.
Quando
da discussão, eu ocupei a tribuna e reafirmei o voto que eu havia dado durante
a votação da matéria, que foi favorável. Eu tenho dito que a ninguém é proibido
mudar de posição, mas é preciso ter uma justificativa coerente para mudar de
posição.
Então,
eu quero dizer a todos,
especialmente ao meu querido amigo, Ver. Garcia, a quem tenho um grande apreço,
que eu sou um dos teimosos de manter a minha posição. Todos que vieram aqui à
tribuna repetiram o mesmo chavão: não há duvida quanto ao mérito, é meritório,
precisa-se de creches noturnas, diurnas. Enfim, todos falaram favoravelmente
sobre esse aspecto. Minha ressalva é sobre o aspecto legal, é sobre o aspecto
da juridicidade.
Então, Ver. Tarciso, já que se cobra
coerência, eu tenho reiterado nesta tribuna dizendo o seguinte: toda vez que
for invocado como fundamento de um veto o art. 94, eu fico de sobreaviso, e
ninguém vai se surpreender; faz 20 anos que eu estou de sobreaviso desta
matéria. Eu acho que o Prefeito agiu corretamente dentro da sua competência,
ele está querendo resguardar a sua competência. Ele também não ataca o mérito.
O Ver. Thiago Duarte, que é uma das
pessoas que mais me surpreenderam nesta Casa, eu não o conhecia, e ele tem se
revelado um competente Vereador, abordou o assunto de uma forma didática, só
que tardia, Vereador, porque o Sr. Prefeito não impugnou o mérito. Vossa
Excelência mostrou dificuldades de realização e falou com autoridade, com
conhecimento de causa, mas o Prefeito não alegou isso. E eu tenho que decidir
se aceito ou não as razões do Prefeito. O mérito já passa a ser secundário,
porque a discussão é sobre juridicidade do Projeto - é essa alegação que foi
feita.
Eu entendo - e esse meu entendimento
não nasceu ontem, nasceu há muito tempo - que, quando houver dúvida com relação
à possibilidade ou não de o legislador trabalhar determinados assuntos,
propô-los e não dispor dele, ele pode ter tudo aquilo que lhe for permitido.
Mas o que se discutiu na base é se foi ferido ou não o princípio da separação
dos Poderes, o principio da iniciativa. Então, nesse particular, eu não posso
frustrar o meu amigo Garcia e cometer aqui o crime da incoerência: discursar de
um jeito e votar de forma diferente. O meu discurso sempre foi no sentido de
liberalizar, de ampliar a perspectiva do legislador para
trabalhar várias matérias. E, obviamente, ao Chefe do Executivo fica
resguardado o seu direito de vetá-lo, se ele julgar inconveniente para o seu
mérito ou antijurídico.
O
Prefeito só julgou inconveniente, diz que é meritório. Meritório é porque é
bom, a dúvida é sobre a juridicidade. Quanto a isso dá para ajustarmos as
posições. E o meu posicionamento foi, é e será sempre no sentido de decidir
pelo Parlamento.
Então
anuncio mais uma vez: vou votar pela derrubada do Veto, porque ele é favorável
a tudo o que dizem que é bom, que é de mérito e que deve ser apoiado. Se deve
ser apoiado, não vai ser uma firula jurídica que vai me fazer mudar de posição.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de
Souza): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 066/11.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, vou ser bem objetivo no que vou
dizer. Não pude falar, hoje, no período de discussão, pois, numa tentativa de
votar essa matéria no dia 21, tinha iniciado a discussão naquela ocasião, mas,
agora, quero relembrar dois fatos que julgo muito importantes: primeiro, Ver.
Cassiá., Vossa Excelência ainda me recordava há pouco que, no inicio deste ano
legislativo, Vossa Excelência propunha que nós fôssemos o Relator-Geral desta matéria,
e que, em nome de todas as comissões pertinentes, Comissão de Justiça,
de Economia, a CUTHAB, nós emitíssemos o Parecer, o que nós fizemos durante o
período de carnaval, ensejando que, no dia 27 de fevereiro, essa matéria fosse
votada e aprovado, por unanimidade, o nosso Parecer, na expectativa de que,
ainda em fevereiro, nós pudéssemos cumprir o nosso compromisso de votar a
matéria. Não fomos felizes. O Ver. Nilo Santos, que foi meu parceiro numa
Emenda, disse muito bem: nós fomos atropelados pelo Regimento, que colocou
vários vetos na frente, impedindo que nós votássemos a matéria.
Eu
quero ressaltar um aspecto que ninguém ressaltou e que é o que me faz ter o
maior entusiasmo em defender este Projeto. Pela primeira vez eu vejo que se
estabelece, Ver. Garcia, uma gratificação para os servidores sem onerar o
contribuinte. Quando eu assinava junto com o Ver. Nilo a proposta de que
retroagissem os efeitos, eu queria em ambos os sentidos. Até lembrando, Ver.
Thiago, que, em casos símiles, com os engenheiros, com os médicos, sempre se
retroagiu. Então, era justo que se retroagisse agora também. Mas o mais
importante não é retroagir ou deixar de retroagir. O mais importante, Ver.
Raul, é que, desta vez, nós não vamos ter necessidade de acasalar a nossa decisão
com nenhuma outra medida que venha a onerar mais ainda o nosso contribuinte.
Quando, sob o aplauso dos engenheiros, nós aprovamos a gratificação para eles,
nós estávamos nos comprometendo, e fomos forçados, no fim do ano, a fazer uma
majoração altíssima das taxas pagas para o Município. É verdade que estão em
vias de corrigir, de reduzir um pouco, mas não deixa de ser um aumento na
contribuição de todos aqueles que estão submetidos à tributação do Município.
Desta vez, não tem nada disso. Os beneficiários dessa lei, para fazer jus a
ela, vão ter que mostrar mérito, ser eficientes, ser econômicos, e aí farão
jus. Aí está a inteligência! Como eu acredito que eles são eficientes, como eu
sei que eles podem fazer essa economicidade de que nos fala o Projeto, é que eu
me entusiasmo com a matéria.
Por isso eu vim fazer este encaminhamento. Não
era necessário fazê-lo, mas eu precisava fazer essa confissão. O meu entusiasmo
é por ser um Projeto inteligente, bem elaborado, bem defendido e que merece ser
aprovado. Era isso, Sr. Presidente. (Palmas.)
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Pujol