A Pauta de
segunda-feira contemplou com muita ênfase assuntos vinculados ao
Plano Cicloviário.
O PLL nº 354/13, de
autoria do Ver. Alberto Kopittke, estabelece a obrigatoriedade da
substituição imediata das bicicletas do Sistema Bike Poa do
Município de Porto Alegre em caso de avaria ocorrida durante o
processo de locação.
Há projeto do Vereador
que mais tem se ocupado das ciclovias, que é o Ver. Marcelo
Sgarbossa, que propõe o PLCL nº 017/14, que “altera o § 2º do
art. 32 da Lei Complementar nº 626, de 15 de julho de 2009 – que
institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado e dá outras
providências –, alterada pela Lei Complementar nº 710, de 18 de
fevereiro de 2013, incluindo a construção, a reforma e a manutenção
de estruturas físicas para a prática de esporte com bicicleta no
rol em que deverá ser aplicado, no mínimo, 20% do montante
arrecadado com multas de trânsito”.
No meu entender, essa
proposta nada mais é do que a reedição de proposta que foi objeto
de grande discussão aqui na Casa, inclusive na própria Lei que
agora se pretende modificar, na qual se demonstrou a inconveniência
da limitação de valores para utilização na atividade cicloviária,
de valores condicionados à aplicação das multas.
Da sociedade, em geral,
há uma reação muito forte a respeito da famosa indústria da
multa.
Isto é, aquela multa
que, alegadamente, é feita com o propósito corretivo, educacional e
que, no fundo, é arrecadatório.
Longe de eu querer
afirmar que essa seja a pretensão do autor, mas, de certa maneira,
fortalece a ideia de que, quanto mais multas, é melhor para o Poder
Executivo.
Isso estimula,
inclusive, a multa pela multa e reduz, consideravelmente, o trabalho
da educação, que, seguramente, é o que deve acontecer.
Mudar o Plano
Cicloviário da Cidade nessa altura eu acho que é plenamente
admissível.
Nós mesmos anunciamos,
agora, o que já temos dito anteriormente: muito provavelmente, um
estudo que alguns técnicos vêm realizando para nós desemboque num
projeto de lei que eventualmente vimos a propor, alterando várias
disposições do Plano Cicloviário, entre as quais, por exemplo,
aquela determinação legal de se construir uma ciclovia na Av. Assis
Brasil, especialmente no trecho entre o Viaduto da Volta do Guerino
com o entroncamento entre as Av. Assis Brasil e Av. Baltazar de
Oliveira Garcia.
Só quem mora naquele
lado da Cidade sabe da inviabilidade de, já na escassa pista de
rolamento que existe na Av. Assis Brasil, retirar uma delas para
colocar uma ciclovia.
É absolutamente
impensável!
Se se quer fazer uma
ciclovia na Zona Norte, tem que pensar em outra alternativa, que pode
ser a Av. Grécia, pode ser qualquer outra, mas nunca imaginar que é
possível nesse trecho se colocar mais uma ciclovia.
Por isso eu acho que a
discussão em torno dos projetos cicloviários vai continuar sendo
muito candente aqui na Casa.
Ninguém é contra a
utilização da bicicleta, todos nós estimulamos o uso da bicicleta,
mas querer eleger, neste momento, a bicicleta como uma alternativa
objetiva, como um modal de transporte coletivo, convenhamos, é um
sonho, é um devaneio que não pode ser sustentado com racionalidade.
A própria topografia da cidade de Porto Alegre obsta que possa haver
um deslocamento permanente de forma vertical entre os vários
usuários por via da bicicleta; Porto Alegre não é Roma, não está
construída em cima de sete colinas, mas de várias colinas que
compõem o nosso bloco residencial desde aqui da ilha, do istmo, do
Gasômetro até os confins da nossa Cidade, com o Lami de um lado e,
de outro, a Vila Nova Gleba, no Sarandi, enfim, São Borja e assim
por diante. Concluo, dizendo que voltarei a esses temas. Acho que há
uma proposta para discussão política, acho que querem desencadear
uma discussão política, e, com isso, nós vamos dizer “presente”
e participaremos da discussão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro amigo.
Obrigado por sua participação.
Pujol