quinta-feira, 11 de junho de 2015

MUDANÇA POR NECESSIDADE

Foto: Vicente Carcuchinski/CMPA
Como Vice-Líder do Governo, eu não posso deixar de me congratular não só com os dirigentes sindicais de Porto Alegre, mas também, especialmente, com a Comissão designada pelo Governo para dialogar com os servidores municipais, assim como com os Vereadores desta Casa, entre os quais a Líder de oposição, Ver.ª Jussara Cony, e o Líder do Governo, Ver. Kevin Krieger, pela forma com que foi conduzido esse processo delicado de composição com as reivindicações dos servidores municipais num momento crítico para o Município de Porto Alegre e para todo o território brasileiro. O vereador Cecchim, fez uma manifestação de alta qualidade na tribuna quando saudou a mudança de posição do Governo Federal, relativamente a conceitos tradicionalmente alimentados pelo Partido dos Trabalhadores de restrição à empresa privada, às parcerias público-privadas, a algumas situações que dificilmente eu poderia imaginar há alguns anos, quando, nos períodos eleitorais se dizia que o Olívio era o caminho e o Britto era o pedágio. 
Pois, agora, o PT mudou de postura e vai pedagiar várias estradas federais no Rio Grande do Sul e no Brasil.
Então, eu não posso ter a mesma alegria que o Ver. Cecchim, que saúda essa mudança absoluta de posição, porque não mudaram por convicção, mudaram por necessidade. É uma mudança, inclusive, equivocada, porque vão cobrar outorga das empresas, e os recursos que vão auferir com o pagamento da outorga não é para a saúde, não é para a educação, não é para a segurança pública; é para tapar o furo do Governo, imenso nesta hora, especialmente por causa das situações conflitantes vivenciadas pela Petrobras, pelo BNDES, pela Eletrobras e por tantos outros órgãos governamentais. 
Por isso, Ver. Cecchim, eu não partilho da sua alegria. 
Não há convencimento. É uma mudança por necessidade. Tem que mudar, porque passou a ser hoje a Presidente da República a gerente, a síndica de uma Nação quebrada, de uma Nação em processo falimentar, uma Nação que gastou o que não podia gastar e que agora busca de todas as formas possíveis recolher recursos para tapar os buracos que abriu. Então, quando se ouve falar que os portos do Pará, de Santos, as ferrovias, as rodovias, enfim, aeroportos serão privatizados, entre aspas, através do processo da chamada concessão, eu lamento que isso não ocorra como uma política séria de governo que queira intencionalmente trabalhar pelo bem deste País. Isso está ocorrendo por absoluta necessidade, porque o Governo quebrou o País e agora precisa administrar a quebradeira em que nós estamos envolvidos. Por isso, eu aplaudo o Ver. Cecchim no seu discurso filosoficamente e doutrinariamente correto, mas não é digno de elogio um governo que muda radicalmente de posição por interesse e necessidade, não buscando o interesse público como seria o desejado.
Hoje, muito provavelmente, onde se encontra o ex-Governador, Antônio Britto, deve estar dando risada, ele que foi acusado em ser o governador  do pedágio! Estão copiando o Britto no seu momento mais esplendoroso; e cobrando outorga para essa finalidade. Esse é o calcanhar de Aquiles, porque o pagamento da outorga que o empresário vai fazer para o Governo sair do buraco em que se encontra vai ser transferido para quem? Para a população brasileira, que mais uma vez vai pagar a conta. Então, não dá para festejar, não dá para ser alegre. Não é por convicção. É por absoluta necessidade, é porque o furo está muito grande, o prejuízo é enorme, incalculável, e para isso qualquer remédio é solução, até a incoerência.

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