O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
Num ponto eu vou concordar com
quem divirjo há 30 anos e com quem eu tenho diferenciações ideológicas
inconciliáveis: não tem o Ver. Pedro Ruas, certamente, a pretensão de que eu
abdique das minhas posições, assim como eu não tenho a pretensão de que ele
abdique das suas pretensões. Nessa linha, ao serem colocadas as posições de
forma muito clara, eu assumo por inteiro a postura do debate ideológico que foi
proposto e faço até em homenagem à verdade, em homenagem aos fatos. É lógico
que, na nossa posição, há todo um processo que se desenvolveu ao longo do tempo
e com o qual eu tenho plena identificação. A Casa toda, a cidade de Porto
Alegre, o Estado do Rio Grande do Sul sabem que eu sou um liberal assumido, e
que, como tal, contribuí num processo que foi progressivamente desenvolvido
durante o período de exceção neste País, que teve, Ver. Sebastião Melo, a
vanguarda de homens do seu Partido, como Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela e
outros tantos, que comandaram um processo de abertura política deste País, que
desembocou na Anistia, que desembocou na Nova República e que desembocou neste
período que estamos vivendo na história deste País, em que, Ver. Toni Proença,
três ex-exilados, três ex-cassados chegaram à suprema mandatura do País:
Fernando Henrique, o exilado do Chile; seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva,
um líder sindical preso nas manifestações populares; e a hoje Presidente deste
País, Dilma Rousseff.
Então, seguramente, os
comportamentos ideológicos e doutrinários são o balizamento desta nossa
discussão no dia de hoje. Eu poderia buscar determinadas colocações jurídicas a
presidir este debate, mas não quero fazê-lo, nem acho adequado que isso ocorra.
Nós precisamos efetivamente opinar, seja pelo nosso voto, seja pelo nosso
comportamento, se quisermos o caminho do confronto ou o caminho da conciliação,
do entendimento, que marcou a evolução do processo democrático e a superação do
período de exceção, um exemplo de sabedoria política que o Brasil deu para todo
o mundo. Eu acho que a discussão se dará, ao final e ao cabo, se é pela Corte
Internacional reunida lá em Costa Rica ou se será pela sociedade brasileira,
que trabalhou pela formação da transição política democrática que a sociedade
toda contribuiu e que acabou se realizando.
Então, eu quero, com firmeza, com
correção, com transparência, dizer que a tarde de hoje será, sim, muito
importante, pois vai marcar uma decisão pela soberania nacional, vai marcar uma
decisão pela forma de se fazer política, jogando para o futuro e não olhando
para o passado. Não é uma simples luta entre a tortura... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o
término do pronunciamento.) ...não é uma simples luta entre, de um lado, a
tortura e, de outro lado, o terror; é uma luta entre a forma de se fazer o País
caminhar. Eu acredito que qualquer que seja o lado que
as circunstâncias momentâneas determinaram seja o mais adequado para o
desenvolvimento deste País. Muito obrigado, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento,
de autoria do Ver. Sebastião Melo.
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Pujol