terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Lei da Leitura


026ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA - 21 DEZEMBRO 2011

 O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE n.º 050/11.

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, o meu pronunciamento foi precedido dos pronunciamentos do Ver. Adeli Sell, Vice-Presidente da Frente Parlamentar do Livro e da Leitura e Relator deste Projeto; da Ver.ª Fernanda Melchionna, Coordenadora da Frente Parlamentar; e do Ver. Proença, que é um dos mais ativos integrantes, e eu, de certa forma, também contribui com alguma coisa, modestamente, sou simplesmente um integrante da Frente, convocado nas ocasiões necessárias, e prestei a minha colaboração, e o fiz com a maior tranquilidade e com a maior segurança.

Aliás, Ver. Toni, V. Exa. que fez essa metáfora tão bonita, vinculando a figura do Barcelona com este trabalho que aqui foi realizado, enseja-me que eu não só me socorra do seu exemplo final, quando lembra o futebol dos nossos vovôs, que era mais qualificado do que o atual, porque tinha outra visão cultural. E a visão que o Barcelona nos ensina é uma contrariedade do que pensa a maioria da imprensa especializada brasileira, e da própria torcida brasileira, que diz que os craques têm que ser preservados, não podem disputar a bola, não podem marcar. E o Barcelona é diferente. O maior craque do Barcelona, que é o Messi, voltava na área do seu time para desarmar o adversário, e voltar com a bola para o campo anterior. Era assim no passado, e assim procura-se fazer.

Por que eu faço esse gizo ao invés de estar fazendo a referência justa ao grupo de trabalho, a toda essa mobilização que ocorreu? É porque na minha participação na Frente Parlamentar do Livro e da Literatura tem um certo egoísmo da minha parte, e V. Exa., Ver. Toni, vai me entender muito bem. Há poucos meses, quando se entregava o trabalho preliminar de conclusão do Grupo de Trabalho lá na Prefeitura, um determinado jornal publicou uma fotografia, onde se encontrava, além do Prefeito Fortunati, várias pessoas, V. Exa., infelizmente, naquele dia não podia estar conosco, eu sei, o que foi um pesar. Passado algum tempo, voltou-se a uma nova fotografia, sobre um outro ato nosso, e aí lembro bem, que V. Exa. estava presente naquele momento, e na fotografia estava o Ver. Adeli Sell, V. Exa., a nossa Coordenadora, sempre disposta, e mais o nosso colega Ver. Carlos Todeschini, que hoje se manifestou. Uns amigos meus viram aquela foto e me disseram: “Pô, Pujol, tu estás te chegando à esquerda, só tem esquerdista, e tu estás no meio?” Eu disse: “Não, ao contrário, a esquerda é que está chegando a mim”. “Como assim, a esquerda está virando direita?” “Não, a esquerda está chegando a mim, pessoa, analfabeto digital, que continua tendo no livro, na revista, no jornal a grande fonte de informação, que não domina essa modernidade e, por conseguinte, busca soluções clássicas, desde de seu tempo de aluno do curso ginasial, quando a professora mandava ler um livro de literatura em casa para a prova de final do mês ou do semestre”. Por isso eu digo que fui egoísta nesse particular. Porque, certamente, naqueles livrinhos – livrinho, forma carinhosa que eu digo –, obras preciosas de Machado de Assis, de Eça de Queirós e de outros tantos que eu li e guardei, provavelmente tenha dado inspiração ao meu filho, que hoje se dedica às letras com a maior intensidade. Por isso digo que fui egoísta. E no dia de hoje eu tenho que festejar, quando vejo que aquilo que era um sentimento não muito nobre meu, do egoísmo, de me ver protegido pela modernidade, que, de certa forma, abre mão de tudo que a gente vê hoje em termos de comunicação virtual, e volto a dizer que é no livro, nas letras, no jornal e nas revistas que estão a verdadeira comunicação.

Por isso, querida Coordenadora, que na juventude teve todo esse empenho que nos mobilizou e nos integrou, a todos os senhores e senhoras que estão aqui presentes, eu fico feliz, vou sentir saudades, uma posição um tanto retrô minha. Saudade, no sentido de que hoje estamos reconsagrando a importância do livro na sociedade porto-alegrense. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

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Pujol