A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL n.º 071/09, com Emenda n.º 01, e o Substitutivo n.º 01, com Emenda
n.º 01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, este Projeto com o Substitutivo
do Ver. Adeli Sell, destacado Vereador desta Casa e Presidente do Partido dos
Trabalhadores, permite-nos uma pequena mas absoluta necessária digressão.
Em verdade, quando eu recebi este
Projeto, em consonância com o que o Parecer Prévio havia estabelecido, eu
opinei, na Comissão de Constituição e Justiça ,
pela sua inconstitucionalidade, porque ele afrontava o art. 94 da Lei Orgânica
do Município. Esse é um Parecer técnico, rigorosamente técnico. Não cabe ser
modificado. O Ver. Braz me acompanhou nesse Parecer, porque, na Comissão de
Constituição de Justiça, não se faz política; examina-se tecnicamente a
matéria. Mas nós estamos dentro de uma Casa política, Ver. Luiz Braz, e, numa
casa política, se fazem construções políticas; no caso concreto, construiu-se
uma equação. O Governo abriu mão da iniciativa em favor de um Substitutivo da
lavra do Ver. Adeli Sell. E, obviamente, se o Governo abriu mão, se o seu Líder
apoia, se a sua base irá apoiá-la, o Governo irá sancioná-la. No meu modesto
entendimento, Ver. Todeschini, a sanção do Prefeito é a demonstração, é o
convalescimento da proposta, iniciada de forma heterogeneamente não adequada,
já que o certo seria o Município executar, mas, se o Município agasalhou os
bons propósitos do Ver. Adeli Sell, Ver. ª Maria Celeste, nós temos mais um
exemplo para comprovar que quem tem que resguardar a sua competência privativa
é o Executivo, não somos nós.
Se no interesse público, no
interesse da Administração, se politicamente é conveniente para o Executivo
abrir mão dessa competência, delegando-a para quem pode dispor e não propor a
matéria, politicamente está resolvida a questão. E esta é uma Casa política por
excelência, e não seremos nós que, por apego ao legalismo, vamos querer nos
contrapor nesta hora e dizer: “Não, a ideia é muito boa, é meritória, mas tem o
vício da inconstitucionalidade por afrontar o art. 94 da Lei Orgânica”. Ora,
quem tem que zelar por essa prorrogativa é quem deu passagem para o Projeto de
Lei: é o Chefe do Executivo Municipal, que,
pelo seu Líder, vem aqui e diz que a matéria tem que ser aprovada. Vereador, V.
Exa., que é um dos mais destemidos representantes do Governo nesta Casa, me
acena afirmativamente, o que confirma o que eu estou dizendo.
Então, por isso, não há, da parte
do Ver. Pujol, nenhuma incoerência de sustentar e ver aprovado um relatório
dizendo da inconstitucionalidade da Lei e que, agora, aqui, na hora da decisão
do Plenário, vem afirmar, de forma imperativa, que votará a favor e que
recomenda a aprovação, porque aqui a nossa decisão é política. O resguardo da
competência fica lá com o Prefeito. Se ele abriu mão do interesse público, não
somos nós que vamos dizer o contrário. Era isso, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PELO n.º
001/09.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra.
Presidente e Srs. Vereadores, eu me sinto no dever de oferecer algumas
informações para o debate desse Projeto e, sobretudo, para sua definição. O
Projeto inicial do Ver. Pedro Ruas era no sentido de vedar o plantio de pinus e eucalyptus em toda a cidade de Porto Alegre. O que nós entendemos
que deveríamos fazer? Restringir essa proibição àquele plantio com finalidade
comercial. Isto é, vamos falar bem claro, eu não queria ver Porto Alegre, nas
poucas áreas que ainda tem disponíveis, lotada de eucaliptos para, em
determinado momento, serem cortados para vender para produção de celulose. Acho
que a terra em Porto Alegre, Ver. Nedel, é muito valiosa para ser utilizada com
essa finalidade. Nós, inclusive, estamos brigando por áreas, na cidade de Porto
Alegre, para fazer habitação popular, que só se encontra na periferia, onde não
se pode desapropriar uma área na primeira Macrozona para fazer habitação
popular, porque não há consistência econômica esse fato!
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa.
permite um aparte?
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu já
lhe dou um aparte. Antes de lhe dar o aparte, o senhor me disse que o sujeito
tem o direito de plantar eucalipto e cortar para fazer lenha. Claro que tem!
Ele não está fazendo comércio! “Ah, mas se ele vai entregar para o vizinho do
lado em troca de alguma coisa?” Tu estás fazendo escambo! A expressão comercial
tem que ser tomada literalmente, porque, a rigor, na vida, tudo é ato de comércio.
Eu estou dizendo comércio formal, o qual V. Exa. conhece muito bem por ser um
empresário, e que vai engrandecer o meu pronunciamento com o seu aparte.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: Vereador, realmente eu estou ficando perdido,
porque, primeiro, V. Exa. é um liberal, e a sua Emenda proíbe a exploração de
eucalipto para fins comerciais. Por exemplo, quem planta para fazer lenha, para
fazer carvão, enfim, V. Exa. é contra? Até para esclarecer. Eu,
particularmente, ainda estou indeciso, acho que vamos restringir uma atividade
comercial e que muitos dependem do plantio de eucalipto para sobreviver.
Eucalipto não é uma árvore nativa. Sinceramente, eu tenho dificuldades. Por
favor, para me esclarecer.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço o seu aparte. E V. Exa. me dá a
oportunidade de fazer uma colocação que acho que é absolutamente necessária.
Primeiro, não pode confundir alguém com comportamento liberal com aquele que
adota a liberalidade abusiva. Nós, há muito tempo, entendemos que ser liberal,
na minha condição de social-liberal, sei que meu limite de impugnar pela
liberdade de produção, a liberdade econômica, a liberdade política, tem um
limite, e, na parte econômica, esse limite é o interesse da sociedade. E eu
acho que uma sociedade como a porto-alegrense, que tem dificuldade de ter áreas
até para fazer habitação popular ou para plantar pêssego, ameixa, ou para fazer
um tambo de leite, ou uma série de outras atividades produtivas naquelas raras
áreas que lá no cantão de Porto Alegre ainda se dispõe, não deve se transformar
numa floresta de eucalipto para gerar matéria-prima para ser vendida às
indústrias de celulose. A terra de Porto Alegre é muito importante para que
seja colocada para isso. E eu, como liberal, acho que, em determinados
momentos, o Estado tem que intervir para defender a sociedade. Se fosse o
oposto, eu não seria liberal, se eu não defendesse isso. O Estado que eu
defendo é o Estado necessário, o Estado eficiente. E nós fazemos parte do
Estado como agentes políticos.
Por isso, Ver. Pedro Ruas, na sua proposta, eu o
convenci de que estava exagerando. E ele teve a concordância. E como essa não é
a única discussão, haverá outras, fico
por aqui, dizendo que estou aberto a discutir, um liberal está aberto a
discutir a proposta que ele incluiu no Projeto do Ver. Pedro Ruas, dando-lhe
sustentabilidade social e levando em consideração a realidade socioeconômica do
Município de Porto Alegre, que não tem terras imprestáveis a ponto de ser
colocada nessa atividade econômica de baixa rentabilidade e que não é o
recomendado para cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir o PLL n.º 022/10.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra.
Presidente; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, evidentemente pode surpreender
que este Projeto nós estejamos a discutir, quando toda a Casa, ou pelo menos os
24 Vereadores que aqui estavam durante a discussão do Projeto anterior,
ansiosos se encontram para votar as matérias que ainda precisam ser analisadas
no dia de hoje, de acordo com a combinação e que, a meu juízo, serão cerca de
20 projetos que ainda precisam ser analisados.
Evidentemente, a nossa vinda à
tribuna é diretamente vinculada às circunstâncias de que nós demos Parecer
contrário na Comissão de Constituição e Justiça
a esse Projeto de Lei, pelas razões que estão muito bem explicitadas no Parecer
que mereceu a aprovação da maioria da Comissão de
Constituição e Justiça . Sendo esse o único Parecer ao
Projeto, porque ele veio à discussão com força no art. n.º 81, evidentemente
isso lhe dá essa condição especial de ser apreciado sem exame de mérito das
outras Comissões, por óbvio, e isso eu já tive a oportunidade, no dia de hoje,
de afirmar em outra situação de que o meu Parecer era contrário a um
determinado Projeto e eu votei a favor do mesmo, porque, naquela situação
concreta, havia uma concordância da parte do Executivo Municipal, que no caso
eu não vejo. A matéria, indiscutivelmente, invade a competência privativa do
Prefeito da Cidade, e evidentemente isso gera uma ilegalidade, uma
inconstitucionalidade que compromete, sob o aspecto jurídico, a sua tramitação.
Então como, com relação ao mérito, eu tenho também algumas restrições, eu vou ficar,
neste Projeto, com a posição externada na Comissão de
Constituição e Justiça : não vou votar a favor para não correr
o risco de situações em que a Casa aqui corre com muita frequência, quando a
gente aprova os projetos por companheirismo, acaba gerando Veto por parte do
Executivo, e, depois, numa estranha situação de mudança, acolhe o veto
oferecido.
Como eu acho que esta matéria, se
lograr ser aprovada, vai ser vetada, eu antecipo a minha posição: do ponto de
vista jurídico, ela é inconstitucional, afronta esse dispositivo da Lei
Orgânica do Município, e, naturalmente, uma vez aprovada – que eu não acredito
que seja –, vai gerar, sem dúvida nenhuma, o Veto do Chefe do Executivo do
Município. Por isso, já antecipadamente digo do meu voto contrário à proposição.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL n.º 016/09.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho recebido, nesta tarde,
boas, preciosas informações a respeito de determinados procedimentos que
geraram Projetos que estão sob a análise da Casa. Este é o sétimo Projeto que
nós examinamos hoje, de um total de 29 que nós nos propusemos a examinar, e,
obviamente, há muito que percorrer.
Eu ouvi atentamente o
pronunciamento do Ver. Elói Guimarães e do Ver. Comassetto. O Ver. Elói
Guimarães, no meu entendimento, foca o assunto sob seu ângulo mais importante,
que se chama segurança jurídica. E agora o Ver. Comassetto ressalta esse
aspecto – eu não desconhecia por ouvir falar, eu não estava aqui na Casa – de que essa matéria já foi e voltou em várias situações. Agora, o que não padece dúvida é que, quando
essa área foi adquirida, estava em plena vigência a Lei que agora se quer
revogar e que o Município induziu os adquirentes da área a assim proceder. Eles
participaram legitimamente de um leilão de uma área pública que era arresto da
falência do Estaleiro Só, arresto em favor dos empregados, que já teria antes
sido objeto de duas tentativas de leilão sem resultado prático. Procedido ao
leilão, houve um vencedor, e este foi adjudicado em dono da área. É verdade, e
o Ver. Elói acertou nisso, que depois o comprador quis alterar as regras legais
que havia precedido a compra. Isto é, alterando o regime jurídico da área
adquirida, com a pretensão de construir edifícios residenciais, e não só
comerciais na área, como o estabelecido na Lei que se pretende ver derrogada no
presente momento. Esse fato não logrou êxito. Houve votações favoráveis,
contrárias, impugnação, plebiscito, tudo o mais.
Então eu quero, honestamente – e
lamento que não esteja aqui o Ver. Sebastião Melo, que, na ocasião, me disse
que estava estranhando uma articulação entre os democratas com o PSOL, porque
vinha acompanhando o Ver. Pedro Ruas nessa tarde em vários Projetos – dizer que
está restabelecida a nossa histórica divergência. Nós discordamos profundamente
desses fatos por essas razões que o Ver. Elói sustentou, porque nada de pior
pode acontecer no Município do que nós instaurarmos um regime da insegurança
jurídica. Todas essas pretensões que temos de chamar gente para participar do
Projeto do Porto dos Casais, de participar com a Parceria Público-Privada nas
garagens subterrâneas, tudo isso vai para o beleléu, porque, se nós dermos o
exemplo de insegurança jurídica, nós não teremos credibilidade para atrair
investidores para a Cidade. Então, sem nem entrar no mérito, fui derrotado. Eu
era a favor que se pudesse construir edifício residencial porque, com
convicção, sou favorável às áreas mistas; não acredito na área residencial
pura, nem comercial pura, acho que a miscigenação é uma imposição da
modernidade, mas, derrotado, me conformei. Agora, entre não permitir que se
altere o regime jurídico, como acabou não sendo permitido, até pela decisão plebiscitária,
e revogar a lei que presidiu todos esses atos há alguns anos, há um equívoco
muito grande.
Quero dizer o seguinte, para que
o Ver. Sebastião Melo fique tranquilo: se existia algum liame específico com o
Ver. Pedro Ruas, foi meramente pontual; as nossas divergências continuam, de
longa data, só que é preciso que as pessoas aprendam, aqui na Casa, que, nos
Parlamentos, a gente diverge civilizadamente, e o radicalismo, a
inconsequência, não leva a nada. Vou votar contra com a maior segurança e apelo
para que a Casa assim também o faça.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLE n.º 028/11.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, senhores e senhoras Vereadoras,
eu acho que a sustentação deste Projeto de Lei é muito simples. Criou-se a
Secretaria de Acessibilidade, e agora temos que dar condições para que ela
cumpra com suas finalidades.
Evidentemente, não podemos estar toda a hora
fazendo leis e depois não dar instrumentos para as leis serem executadas.
Quanto à alegação de que há muito ou pouco Cargo em Comissão, eu não tenho
restrição a isso. Eu acho que, em todos os lugares por onde eu passei, os
ocupantes dos Cargos em Comissão que trabalharam comigo sempre contribuíram
objetivamente para um bom trabalho ser realizado. Não existe comissionado sem
qualificação; existe quem comanda esses comissionados que não sejam
bem-intencionados ou bem qualificados.
O meu Parecer na Comissão de Justiça é muito amplo,
eu discorro amplamente sobre o assunto. Eu não quero me alongar. Observo que os
colegas estão todos inquietos, querendo se retirar. Acho que é um risco colocar
este Projeto em votação hoje, com 24 pessoas presentes; acho
que é um risco, nós precisamos ter 19 votos favoráveis, e vejo votos
discordantes. Mas eu estou absolutamente decido a votar a favor, pelas razões
que estou expondo, até porque estudei o Projeto, dei um parecer, que foi
aprovado por unanimidade, e isso me dá condição e autoridade de vir me
manifestar agora e já a favor do Projeto.
Ver.
Mario Fraga, há uma sentença básica: quem cria é responsável pelo que cria; a
Casa criou a Secretaria, ela engatinhou, agora está dando o salto para cumprir
objetivamente as suas finalidades. A ação da acessibilidade, eu acho que
ninguém de sã consciência vai querer negar a sua importância, sua grande
importância, e ninguém vai querer inserir no seu portfólio ou no seu histórico
parlamentar que negou o fortalecimento dessa Secretaria. Não posso acreditar
que ocorra essa insensibilidade com a acessibilidade. Venho à tribuna, para desagrado
da grande maioria que gostaria que votássemos logo, fazer esse alerta, posso
ter desagradado a vocês todos, mas faço um agrado a mim e à minha consciência
de fazer esse alerta: nós temos a oportunidade de, mais uma vez, consolidar o
pioneirismo que o Município de Porto Alegre tem tido através dos tempos. Ver.
Dib, quando se criou a Secretaria do Meio Ambiente aqui, em Porto Alegre,
existiam quixotes na rua, dizendo que o Prefeito Villela tinha encaminhado uma
lei, e que nós a tínhamos aprovado – era eu ou V. Exa. o Líder do Governo, um
de nós era. Nós aprovamos na convicção de que ela era pioneira e que produziria
resultado, ninguém tem dúvida quanto a isso. Hoje temos a oportunidade de
viabilizar concretamente a Secretaria da Acessibilidade. Vamos aproveitar essa
oportunidade, vamos escrever no nosso currículo o seguinte: ajudamos a
consolidar uma Secretaria num segmento fundamental e importante, transformando
mais uma vez a cidade de Porto Alegre pioneira nesse particular. Muito
obrigado.
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Pujol