Pronunciamento durante a 115ª SESSÃO ORDINÁRIA - 05 DEZEMBRO 2011
Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, a Casa é
testemunha de que eu muito pouco me manifesto quando da discussão em torno do
Orçamento da Cidade, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Programa de
Investimento do Município. Por que isso? Eu aprendi muito cedo, Ver. Elói
Guimarães, que o Orçamento é uma lei que estima a Receita e fixa a Despesa,
joga absolutamente na probabilidade e no futuro. Tem alguma regra científica?
Tem sim, porque, na base do comportamento dos exercícios anteriores, se pode
estimar com alguma precisão a Receita a ser realizada num determinado momento.
No resto, nós haveremos de convir que estamos vivendo um estado diferente. Se
lermos – Ver. Elói Guimarães, observo que V. Exa. leu, pelo seu pronunciamento
anterior – a Exposição de Motivos, veremos o que está sendo atendido (Lê.):
“Como de costume, as prioridades contempladas no Orçamento respeitam a soberana
vontade da população porto-alegrense....”. Eu pensei que ia ser escrito logo em
seguida: “expressa nas urnas, quando da eleição do Sr. Prefeito Municipal e
desta Câmara de Vereadores.” Mas não! O que diz? (Lê.): “...população
porto-alegrense, eleitas nas 17 Assembleias Regionais e nas 6 Plenárias
Temáticas do Orçamento Participativo. Tais prioridades, por ordem hierárquica,
são: habitação, educação, saúde, assistência social, pavimentação, saneamento
básico urbano (DMAE), saneamento básico urbano (DEP) e desenvolvimento
econômico”. Ora, dificilmente, se fizermos outra ordem das prioridades da
Cidade, será muito diferente dessa; a saúde e a educação vão estar sempre em
primeiro lugar! Em tudo o que é discurso feito neste País, colocam-se saúde e
educação em primeiro lugar. Agora, e o modus
operandi? Evidentemente, o que eu já ouvi nesta Casa... Um dia desses, eu
ouvi aqui um ilustre homem público porto-alegrense recebendo o galardão de
Cidadão Honorário de Porto Alegre, na sua condição de ex-Prefeito, e ele disse
que a 3ª Perimetral era uma decisão do Orçamento Participativo. Segundo eu sei,
a 3ª Perimetral só saiu por uma decisão do BID, tomada em Washington, ou seja, fora do País, que
financiou essa obra. Por que o que acontece, Ver. Luiz Braz, V. Exa., que é
estudioso, cuidadoso, zeloso? Quantas obras importantes, quantos investimentos,
efetivamente, contém este Orçamento, especialmente este, que é feito com
recursos próprios? O que mais se vê neste País, Ver. Elói, é que os Prefeitos
se elegem, e a primeira coisa que fazem é irem correndo a Brasília para arrumar
um empréstimo ou irem a Washington
fazer contato com o BID. Apesar de a banca internacional estar “quebradona” ,
como todos nós sabemos, continuam buscando esses empréstimos. Então, vou
discutir o que aqui? Propositadamente, eu incluí, neste Orçamento, algumas
emendas para que constassem. É um teste que eu faço. Todas as emendas que fiz
não chegam a R$ 100 mil num Orçamento de R$ 4,7 bilhões, e nós vamos ficar
discutindo 10, 20 dias a respeito disso? Por que eu coloquei essas emendas?
Porque são lugares que acho que o Município tinha que, ao menos mostrar... (Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)... determinadas circunstâncias, tivéssemos autoridade moral de irmos a
Brasília, ao Fonplata, ao BID buscar investimentos, dizendo que estamos
fazendo a nossa parte. Não, o que estamos fazendo aqui? Estamos no oba-oba do
Orçamento Participativo.
Então, o que eu vou
discutir? O Dr. Dib já disse que o Governo admite que se aprovem 30 emendas.
Isso pode ser um grande passo. Pode ser que, admitindo que se aprove, depois
cumpra as emendas. Porque, se não cumprir, ninguém é pecador, ninguém fica em
dificuldade.
Então, senhores,
vamos parar de discutir por tanto tempo essa ficção que se chama Orçamento do
Município de Porto Alegre.

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Pujol