O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, em verdade não é meu
comportamento na Casa, numa manhã como esta, de convocação extraordinária com o
objetivo específico de cumprir uma Ordem do Dia, ocupar o período de Liderança.
Eu sou daqueles que acham que o máximo de esforço que a gente pode realizar é
no sentido de viabilizar essa votação que se aguarda seja feita. Mas o Ver.
Brasinha e o Ver. Tarciso, cada um ao seu estilo, introduziram uma discussão,
nesta manhã, da qual eu não posso me omitir.
Ver. Brasinha, eu acho que a
Presidente tem razão. Esse é um processo que está rolando por toda a cidade de
Porto Alegre. O bairro onde resido, que é o Centro, tem dois grandes monumentos
– a Ponte de Pedra e o Monumento aos Açorianos –,
que estão completamente comprometidos.
Eu até devo ter cautela para
falar desse assunto, porque envolve, inclusive, algumas pessoas por quem eu
tenho grande carinho e muito respeito, como é o caso do de Jesus, que preside a
Comissão de Implantação do Centro Cultural do Cinema Capitólio, que é um drama.
Para o cinema Capitólio, há mais de 10 anos, esta Câmara, em Regime de
Urgência, autorizou medidas extraordinárias para que o Município pudesse
encaminhar esse processo, ficando de dono do cinema Capitólio e fazendo ali um
centro cultural que, há mais de um decênio, se imaginava que pudesse ser. Já
tentaram vários acordos, e a situação não anda.
Não dá mais, Ver. Tessaro, para a
gente contemporizar, porque, enquanto isso, dinheiro público foi gasto ali para
fazer a recuperação externa, que está sendo totalmente desfeita. Ao largo do
cinema Capitólio, há pessoas que já fixaram residência naquele local; na praça,
em frente, ocorre a mesma coisa. Uma vez interpelei o Dr. Roberto Bandeira, que
foi Procurador-Geral do Estado, sobre qual providência se poderia tomar
relativamente ao chamado morador de rua. Aí, veio um conflito muito mais amplo:
assegurar a essas pessoas o direito de ir e vir, que é constitucional. Agora,
eu acho que eles exercem o direito de ir e vir, mas ficam; se estabelecem. Uma
coisa é o direito da pessoa de ter liberdade para andar. A Constituição
assegura a liberdade de essa pessoa morar em via pública, ficar em frente a um
cinema, de um restaurante, de um estabelecimento bancário, se adonar das
praças? Não, eu não posso entender que isso seja uma conclusão de um
dispositivo constitucional que quer assegurar a liberdade. Todas as liberdades
que possamos exercer não podem, de modo algum, conflitar com a liberdade do
outro. Hoje, há um constrangimento geral! Domingo, eu fui almoçar com a minha esposa num restaurante nas proximidades da Av. Borges de
Medeiros, e tinha três pessoas na porta, completamente embriagadas ou drogadas,
dormindo, literalmente estendidas no chão. Isso não pode continuar assim!
Eu sei que a FASC tem
dificuldades por causa desse entendimento legal. O Ver. Nilo Santos, numa
ocasião inclusive, teve uma Comissão nesse sentido.
Ora, este é um assunto dominante
na cidade de Porto Alegre, preocupante, e do qual não podemos nos omitir, Ver.
Nilo Santos, V. Exa. que é o portador dessa bandeira... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede tempo para o
término do pronunciamento.) ...e não dá mais para resistir à continuação dessa
situação desagradável e que não é uma verdade constitucional. Eu não posso
acreditar que a Constituição brasileira possa ser utilizada em favor de alguns
e em detrimento da grande maioria, que quer ter também o seu direito
respeitado. Era isso, Sra. Presidente. Obrigado.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quando da discussão de Pauta na
Sessão Extraordinária anterior, eu me manifestei sobre os assuntos que estavam
aqui sendo colocados em discussão preliminar, e disse que eu esperaria do
Governo, através da sua Liderança, uma hierarquização a
respeito desses processos todos que estão sendo submetidos à nossa votação e à
nossa análise. O Vereador Dib foi muito eficiente, e já, de pronto, fez contato
e anunciou que o mais polêmico de todos os Projetos ficaria sobrestado, não
seria priorizado neste ano, e que, como consequência, seria votado no ano
vindouro.
Nós temos outras situações que
podem ser examinadas, e eu queria convocar que nós não podemos fazer uma
partidarização na priorização dessas matérias, porque eu não tenho – vou ser
muito sincero – simpatia com aqueles Projetos que vêm para Casa em última hora;
faz anos que eu denuncio esse fato e todos os Governos repetem o mesmo fato. É
verdade que há algumas situações excepcionais, porque, vejam bem, da mesma
forma que o Ver. Oliboni reclama que alguns processos foram açodados em remeter
para a Casa, agora no final deste ano, ele cobra a vinda para Casa de um outro
Projeto, cuja urgência é por ele reconhecida, e eu também subscrevo, porque é o
caminho pelo qual outras coisas irão acontecer. E como se trata de uma
decorrência de processos que já tramitaram nessa Casa, que mereceram a nossa
aprovação e grandes discussões, seria bem-vindo que viesse ainda para cá esse
Projeto, e pelo o que me diz o Ver. Dib é muito provável que ele venha ainda
hoje para cá. Agora, há um aspecto que eu quero, Ver. Comassetto, me
solidarizar com V. Exa. Nós não podemos estar mexendo toda a hora na Secretaria
do Planejamento do Município sem ter um norte, eu quero inclusive lamentar
fortemente, já disse isso ao Secretário, que todo o nosso esforço de construir
Leis adequadas para nossa Cidade acaba se tornando nulo, porque chega lá num
burocrata qualquer, por mais qualificado que seja, e ele simplesmente diz que
não cumpre certas determinações da Lei, porque acha que aquilo é
inconstitucional, como se fosse uma seção da Secretaria de Planejamento do
Município a encontrar inconstitucionalidade em qualquer Lei emanada desta Casa.
Então, eu quero, Dr. Dib, falar
aqui com muita honestidade e muita clareza: esses assuntos da Secretaria de
Planejamento, Ver. Sebastião Melo, precisam ser examinados pelo enfoque de
consequência, porque se, no Plano Diretor, nós colocamos que queremos uma
empresa municipal de planejamento, nós teríamos que estar cogitando, nesta
hora, na construção dessa empresa, não no acréscimo de funcionários, de
gratificações e outras coisas para a SPM. Com relação a esse assunto, acho que
seria recomendável escolhermos esses projetos, para termos um aprofundamento de
discussão, não do ponto de vista partidário, não do ponto de vista político, de
consequência da próxima eleição, mas de consequência clara na vida da Cidade.
Acho que, em Porto Alegre, há uma reclamação geral a respeito da delonga nas
análises dos processos de licenciamento de obras, de serviços nos órgãos
municipais, e é neste momento em que a gente tem que verificar se estamos
contribuindo com a legislação para que isso se desfaça, ou se, de certa forma,
temos a contribuir para que sejam acrescentados mais mecanismos de burocracia
na liberação dos projetos. É um problema seriíssimo e não temos outro momento,
senão este, de olhar. Nós temos vários projetos, neste ano, e até, se for o
caso, em alguns deles, devemos ajustar dentro de um processo de entendimento
geral em favor dessas alterações. Era isto, Sra. Presidente.
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