terça-feira, 14 de abril de 2015

AINDA A FUSÂO

Na condição de Líder dos Democratas na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, e Presidente do Diretório Municipal de Porto Alegre, faço uma manifestação político-partidária. Ocorre que recebemos a visita do Senador Ronaldo Caiado Gomes em Porto Alegre, que foi um dos integrantes do painel inicial do Fórum da Liberdade, na PUCRS E esse fato, por si só, reacendeu uma discussão que tem ocorrido e tomado conta dos veículos de imprensa local e nacional acerca da propalada fusão do PTB com o Democratas ou do Democratas com o PTB. Acho que é oportuno que se fale nesse assunto no momento em que as démarches, que haviam se aprofundado, recuaram para a estaca zero, na medida em que ambos os partidos  tinham proposições diferentes nos seus objetivos de construir um partido com a grande base parlamentar no Congresso Nacional. E entre essas diferenciações, uma é fundamental. No nosso juízo, a maioria do Partido Trabalhista Brasileiro, especialmente da sua bancada com assento no Congresso Nacional, Senado e  Câmara dos Deputados, se encontra absolutamente confortável em integrar a base do Governo Federal, do Governo da Presidente Dilma Rousseff. E nós, do Democratas, há 12 anos, nos opomos ao Governo, primeiramente do Lula e agora da Dilma. O nosso objetivo, então, fica extremamente comprometido. A fusão, lamentavelmente, pela estrutura política brasileira, se dá a partir de uma orientação nacional e não da análise feita das bases. Eu acredito que, se as bases se fizessem ouvir, certamente ambos os partidos haveriam de dizer que não seria esse o novo partido que estariam imaginando, o PTB querendo continuar no Governo, nós querendo continuar na oposição de forma muito coerente. Afinal, os Senadores que se elegeram pelo Democratas,  e os Deputados Federais, todos eles se elegeram com o discurso de oposição à Presidente Dilma; vir agora integrar um novo partido com o objetivo de apoiar o Governo Federal, o Governo da Presidente Dilma Rousseff, é a incoerência das incoerências. Então nós estamos fazendo questão de colocar essas posições nossas muito claramente, porque nós respeitamos muito o PTB, achamos que o PTB tem direito de ter as posições que seus integrantes julgam as mais convenientes. Respeitamos pessoalmente – eu quero fazer essa afirmação no meu caso concreto – muito mais o PTB que tem assento na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o PTB de Porto Alegre, com quem, há  até bem pouco tempo, nós tínhamos uma divergência, na medida em que ele apoiava o Governo Tarso Genro, ao qual nós éramos contrários, mas isso não comprometia a nossa unidade na política  municipalista, e isso nos dava condição, inclusive,  de discutir com ele possíveis composições que, no interesse de ambos os partidos e da comunidade porto-alegrense, poderiam ser celebradas. Então, com todo o respeito, todo o carinho e  apreço que tenho com o PTB, quero consolidar essa posição do Diretório Regional, de uma grande maioria dos nossos Parlamentares com assento no Senado Federal e com assento na Câmara dos Deputados, de contribuir, isso sim, para uma tentativa de fazer uma composição em que o partido viesse a se aliar conosco numa posição de oposição ao Governo Federal e nunca de solidariedade. Então, se isso não é possível, nós estamos aqui dizendo, em nome do partido, o que está sendo dito em todo o território brasileiro: nós, que queremos ser coerentes, não apoiamos uma fusão onde existam riscos de nos levar a uma postura de incoerência. Nós não podemos ir para a incoerência. Até ontem, estávamos nos opondo a Presidente. Seria, além de ser incoerente, muita burrice nossa, logo agora que as nossas posições estão sendo reconhecidas, quando a grande maioria do povo brasileiro se manifesta contra a continuação da Presidente Dilma Roussef, e nós, incoerentemente, íamos tomar uma posição diversa da que temos sustentado nos últimos 12 anos. Então, com todo o respeito ao PTB, nós não queremos essa composição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro amigo.
Obrigado por sua participação.
Pujol