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| Foto: Elson Sempé Pedroso /CMPA |
Logo depois que a Câmara entendeu, por maioria, de decidir pela alteração do nome da Av. Castelo Branco para Av. da Legalidade e da Democracia, algumas pessoas me procuraram me propondo que, com base no raciocínio que havido sido exposto nos meios de comunicação, nós promovêssemos uma proposta, um projeto de lei para retirar o nome do ex-Presidente Getúlio Vargas de uma rua de Porto Alegre sob o argumento de que, por muito mais tempo do que o Castelo Branco, o Presidente Getulio Vargas havia sido Presidente da República sem o voto popular. E que, durante o seu período, os 15 anos, especialmente no Estado Novo, várias atrocidades ocorreram, Filinto Müller era o grande coordenador; até agora ele poderia ser, historicamente, responsabilizado. Obviamente nós rejeitamos essa proposta, porque entendemos que temos que ter uma linha de posição. Hoje, eu me sinto confortado, porque, na Pauta, tem dois projetos absolutamente antagônicos, e eu discordo dos dois. Discordo dos dois e acho que ficar remexendo no MR-8, no Fleury, enfim, em ambos os lados da Guerra Fria, que se estabeleceu aqui neste País durante algum tempo, é um retrocesso lamentável. Acredito que alguns possam até utilizar o prolongamento dessa discussão como uma forma de faturar prestigio, de manter eleitorado, de tensionar uma discussão política e dela tirar partido. Posso até entender que as pessoas possam ter os seus objetivos, e eu respeito esses objetivos. Mas acho honestamente que nós não daremos nenhuma contribuição positiva para o processo democrático especialmente desenvolvido aqui na Cidade.
Então, falo sobre esses dois assuntos e fico triste, porque eu teria outros assuntos muito melhores aqui para falar que não esses, assuntos nos quais eu sou acostumado a falar na Casa. Hoje falo nisso, no tom em que estou falando, em relação a esses dois projetos, com uma certa mágoa, e até sob um certo desencanto. Essa discussão não leva à coisa alguma, não melhora o custo de vida, não legitima a atual Presidente da República, não desfaz os problemas que o País está vivenciando no dia de hoje, não termina com a crise da Petrobras, do Lava Jato, de coisíssima nenhuma. Essa discussão não leva a lugar algum e, por não levar a lugar algum, é uma discussão absolutamente inconsequente, sem a menor consistência, sobretudo, sem a menor razão de ser. Porto Alegre não merece que a tribuna, que o povo de Porto Alegre conferiu a 36 legítimos e legítimas representantes, seja utilizada numa discussão tão inconsequente, tão infundada e tão sem propósito como esta. Chega de radicalismo! Sou contra essas duas propostas.

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Pujol