sexta-feira, 13 de março de 2015

EM DEFESA DA PETROBRAS... MAS, SÓ AGORA?

Foto: Ederson Nunes / CMPA
Eu, lamentavelmente, vou tratar de um tema que, sinceramente, não gostaria de tratar, até porque acho que a discussão histérica em torno dele não conduz à coisa nenhuma. Agora, com a mesma sinceridade com que fui acusado por alguns companheiros, de eu ser omisso com relação a esse tema, eu digo que a gente não pode simplesmente deixar que se inverta uma situação e que se estabeleça agora,  no meu entendimento, tardiamente, uma cortina de proteção à Petrobras, depois que ela foi saqueada, roubada violentamente como foi nos últimos anos. Nós, há mais tempo, até em outras legislaturas, alertávamos sobre essa situação. Nós alertávamos que existia algo de podre, não no Reino da Dinamarca, mas na própria Petrobras. E esses avisos dados eram ditos como histeria de uma oposição inconsequente que o meu partido representava neste País, por ser um dos raros que não participou do butim do primeiro período do Governo Dilma, que resultou nessa situação que hoje estamos registrando.
Quero que isso seja muito claro, que estou na linha do ex-Presidente Fernando Henrique, não estou na linha daqueles que querem, a qualquer custo, o impedimento da Presidente. Acho que outros caminhos nós podemos construir. Mas também não posso ficar assistindo, impavidamente, a essa colocação de que vamos proteger a Petrobras agora! Mas proteger de quem? Já roubaram tudo que podiam roubar da Petrobras.
Tem algumas coisas, que a gente treme quando ouve. Algumas pessoas boazinhas dizerem que vão devolver milhões de dólares, em horário nacional, para, em delação premiada, reduzir a pena a que serão, provavelmente, submetidas.
Então eu quero ser muito claro no seguinte: a Petrobras, orgulho nacional; a Petrobras do Gabriel Passos; a Petrobras do Petróleo é Nosso não é essa que está hoje aí: roubada, saqueada, vilmente saqueada, num butim inexplicável jamais imaginado que pudesse acontecer.
Querer, agora, inverter o jogo diante do risco de contestações políticas as quais não subscrevemos, vir tardiamente, num discurso de proteção à Petrobras, é – desculpe a expressão – farisaísmo, porque, agora, já “cantou a cotovia”. O que nós podemos é limpar a Petrobras e fazer um esforço nacional, do qual vai ter que participar todo o povo brasileiro, o qual já participa, há muito tempo, pagando imposto, pagando um petróleo caro, pagando gasolina cara, pagando óleo diesel caro, pagando o CIDE, todos esses tributos que são incidentes no custo dos derivados do petróleo. Todos esses tributos que o povo paga, vai ter que pagar mais ainda. Não há dúvida de que, dentro de meses, será majorada novamente a gasolina e majorado, mais uma vez, o óleo diesel. Esse é um tributo que nós não vamos escapar.

Queira Deus que todos se somem, para que, de um lado, o País suporte esse sacrifício para salvar a nossa Petrobras, e, de outro, para que se criem mecanismos pelos quais os ladrões, de toda a ordem, não voltem a surrupiá-la, como a surrupiaram até agora. 

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