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| Foto: Ederson Nunes / CMPA |
Eu, lamentavelmente, vou tratar de um tema que,
sinceramente, não gostaria de tratar, até porque acho que a discussão histérica
em torno dele não conduz à coisa nenhuma. Agora, com a mesma sinceridade com
que fui acusado por alguns companheiros, de eu ser omisso com relação a esse
tema, eu digo que a gente não pode simplesmente deixar que se inverta uma
situação e que se estabeleça agora, no
meu entendimento, tardiamente, uma cortina de proteção à Petrobras, depois que
ela foi saqueada, roubada violentamente como foi nos últimos anos. Nós, há mais
tempo, até em outras legislaturas, alertávamos sobre essa situação. Nós
alertávamos que existia algo de podre, não no Reino da Dinamarca, mas na
própria Petrobras. E esses avisos dados eram ditos como histeria de uma
oposição inconsequente que o meu partido representava neste País, por ser um
dos raros que não participou do butim do primeiro período do Governo Dilma, que
resultou nessa situação que hoje estamos registrando.
Quero que isso seja muito claro, que estou na linha do
ex-Presidente Fernando Henrique, não estou na linha daqueles que querem, a
qualquer custo, o impedimento da Presidente. Acho que outros caminhos nós
podemos construir. Mas também não posso ficar assistindo, impavidamente, a essa
colocação de que vamos proteger a Petrobras agora! Mas proteger de quem? Já
roubaram tudo que podiam roubar da Petrobras.
Tem algumas coisas, que a gente treme quando ouve. Algumas
pessoas boazinhas dizerem que vão devolver milhões de dólares, em horário
nacional, para, em delação premiada, reduzir a pena a que serão, provavelmente,
submetidas.
Então eu quero ser muito claro no seguinte: a Petrobras, orgulho
nacional; a Petrobras do Gabriel Passos; a Petrobras do Petróleo é Nosso não é
essa que está hoje aí: roubada, saqueada, vilmente saqueada, num butim
inexplicável jamais imaginado que pudesse acontecer.
Querer, agora, inverter o jogo diante do risco de
contestações políticas as quais não subscrevemos, vir tardiamente, num discurso
de proteção à Petrobras, é – desculpe a expressão – farisaísmo, porque, agora,
já “cantou a cotovia”. O que nós podemos é limpar a Petrobras e fazer um
esforço nacional, do qual vai ter que participar todo o povo brasileiro, o qual
já participa, há muito tempo, pagando imposto, pagando um petróleo caro,
pagando gasolina cara, pagando óleo diesel caro, pagando o CIDE, todos esses
tributos que são incidentes no custo dos derivados do petróleo. Todos esses
tributos que o povo paga, vai ter que pagar mais ainda. Não há dúvida de que,
dentro de meses, será majorada novamente a gasolina e majorado, mais uma vez, o
óleo diesel. Esse é um tributo que nós não vamos escapar.
Queira Deus que todos se somem, para que, de um lado, o País
suporte esse sacrifício para salvar a nossa Petrobras, e, de outro, para que se
criem mecanismos pelos quais os ladrões, de toda a ordem, não voltem a
surrupiá-la, como a surrupiaram até agora.

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