sexta-feira, 27 de março de 2015

UM APELO A PRESIDENTE DILMA

Foto: Elson Sempé Pedroso / CMPA
Os vários pronunciamentos que ouvi, no Plenário da Câmara, demonstram a necessidade de, com a responsabilidade histórica desta Casa do Povo, de nós nos posicionarmos com clareza diante do momento histórico desta Nação.
Eu acredito que não podemos ficar jogando pedras uns nos outros, na busca da reconstituição do processo democrático deste País, mas, com esta mesma isenção que eu estou fazendo esta afirmação, eu digo que não podemos, de forma nenhuma, deixar de registrar algumas omissões que, certamente, contradizem este objetivo, digamos pacifista, de se encontrar uma equação para a crise nacional, independente de conflitos ideológicos ou político-partidários.
Indiscutivelmente, uma das maiores razões da crise brasileira é a quebra da credibilidade; é indiscutível que a construção do processo político que ensejou a reeleição da Presidente Dilma Rousseff fundou-se em inverdades que, ao longo do tempo, vieram a ser amplamente demonstradas.
Reconstruir a credibilidade é uma tarefa daqueles que se encontram em oposição ao Governo – e nós estamos neles incluídos. Cabe-nos cobrar e almejar que ela seja encontrada, enquanto que àqueles que estão no Governo impõe-se a responsabilidade de construir ou reconstruir essa credibilidade e alcançar ou retomar a confiança nacional, que hoje está amplamente demonstrado, não se encontra em perspectiva favorável à Presidência da República.
Por isso, Sr. Presidente, nesta semana, neste dia e nesta hora é preciso que se fale com a mais absoluta clareza: não adianta nós discursarmos em oposição ou em apoio ao Governo se não ocorrer, efetivamente, uma disposição de se buscar o acerto e com ele se comprometer. Existem indicativos, os mais claros possíveis, de dificuldades nesse objetivo. Basta que se diga que em menos de 90 dias da presença do segundo governo da Presidente Dilma Rousseff já se registrem, efetivamente, três substituições de ministérios, ou, pelo menos, três vagas nos ministérios da Presidente Dilma. Dentre os quais da pasta mais relevante deste País, que é, indiscutivelmente, a pasta da Educação, onde se concentram os maiores recursos da contribuição nacional, arrecadada compulsoriamente via tributos.

Por isso, nesta semana festiva para Porto Alegre, comemorada por seu festejo de aniversário de fundação, de instituição, e diante de pronunciamentos que aqui ocorreram, estamos aqui fazendo essa exortação. Eu não sou daqueles que trabalho no sentido de crescer politicamente pelo erro do adversário. Acho que, politicamente, para o meu partido, toda essa confusão que existe seria altamente favorável, seria objeto de belos discursos, Durante as eleições. Afinal, os Democratas não têm nada que ver com esse quadro negativo que a Nação está vivendo nos dias de hoje. O que não pode ser dito por outros tantos partidos. Mas não é por aí que eu pretendo, aos 75 anos de idade, realizar os meus propósitos políticos. Eu não torço pelo erro do Governo, não quero me afirmar pelos seus equívocos; muito antes pelo contrário: quero me afirmar pelos meus acertos e pelas minhas convicções. Por isso, então, não querendo que o governo erre, almejando que ele possa acertar, eu faço este registro absolutamente tranquilo numa tentativa que pode ser até pretensiosa de alguém que usando a tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre possa entender que ela reflita na Presidência da República. Mas se ela ao menos refletir no consenso da nossa sociedade, eu já alcancei o meu objetivo. É preciso, sim, que se retome, se reafirme e se reconquiste a confiança das autoridades deste País, hoje totalmente comprometida, hoje altamente demonstrada pelos índices de popularidade do Governo registrado em pesquisas as mais diferentes, mas absolutamente suficientes para nós dizermos num apelo de responsabilidade nacional, de responsabilidade democrática. Presidente Dilma, eu tenho certeza de que entre os seus apoiadores existem muitos homens e muitas mulheres que querem ajudar; deixe-os ajudá-la e revise algumas das suas posições, retome a confiança nacional e recoloque este País num ambiente de prosperidade, de conquistas, de melhorias sociais, e, sobretudo, de reafirmação democrática.

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