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| Foto: Elson Sempé Pedroso / CMPA |
Os vários
pronunciamentos que ouvi, no Plenário da Câmara, demonstram a
necessidade de, com a responsabilidade histórica desta Casa do Povo,
de nós nos posicionarmos com clareza diante do momento histórico
desta Nação.
Eu acredito que não
podemos ficar jogando pedras uns nos outros, na busca da
reconstituição do processo democrático deste País, mas, com esta
mesma isenção que eu estou fazendo esta afirmação, eu digo que
não podemos, de forma nenhuma, deixar de registrar algumas omissões
que, certamente, contradizem este objetivo, digamos pacifista, de se
encontrar uma equação para a crise nacional, independente de
conflitos ideológicos ou político-partidários.
Indiscutivelmente, uma
das maiores razões da crise brasileira é a quebra da credibilidade;
é indiscutível que a construção do processo político que ensejou
a reeleição da Presidente Dilma Rousseff fundou-se em inverdades
que, ao longo do tempo, vieram a ser amplamente demonstradas.
Reconstruir a
credibilidade é uma tarefa daqueles que se encontram em oposição
ao Governo – e nós estamos neles incluídos. Cabe-nos cobrar e
almejar que ela seja encontrada, enquanto que àqueles que estão no
Governo impõe-se a responsabilidade de construir ou reconstruir essa
credibilidade e alcançar ou retomar a confiança nacional, que hoje
está amplamente demonstrado, não se encontra em perspectiva
favorável à Presidência da República.
Por isso, Sr.
Presidente, nesta semana, neste dia e nesta hora é preciso que se
fale com a mais absoluta clareza: não adianta nós discursarmos em
oposição ou em apoio ao Governo se não ocorrer, efetivamente, uma
disposição de se buscar o acerto e com ele se comprometer. Existem
indicativos, os mais claros possíveis, de dificuldades nesse
objetivo. Basta que se diga que em menos de 90 dias da presença do
segundo governo da Presidente Dilma Rousseff já se registrem,
efetivamente, três substituições de ministérios, ou, pelo menos,
três vagas nos ministérios da Presidente Dilma. Dentre os quais da
pasta mais relevante deste País, que é, indiscutivelmente, a pasta
da Educação, onde se concentram os maiores recursos da contribuição
nacional, arrecadada compulsoriamente via tributos.
Por isso, nesta semana
festiva para Porto Alegre, comemorada por seu festejo de aniversário
de fundação, de instituição, e diante de pronunciamentos que aqui
ocorreram, estamos aqui fazendo essa exortação. Eu não sou
daqueles que trabalho no sentido de crescer politicamente pelo erro
do adversário. Acho que, politicamente, para o meu partido, toda
essa confusão que existe seria altamente favorável, seria objeto de
belos discursos, Durante as eleições. Afinal, os Democratas não
têm nada que ver com esse quadro negativo que a Nação está
vivendo nos dias de hoje. O que não pode ser dito por outros tantos
partidos. Mas não é por aí que eu pretendo, aos 75 anos de idade,
realizar os meus propósitos políticos. Eu não torço pelo erro do
Governo, não quero me afirmar pelos seus equívocos; muito antes
pelo contrário: quero me afirmar pelos meus acertos e pelas minhas
convicções. Por isso, então, não querendo que o governo erre,
almejando que ele possa acertar, eu faço este registro absolutamente
tranquilo numa tentativa que pode ser até pretensiosa de alguém que
usando a tribuna da Câmara Municipal de Porto Alegre possa entender
que ela reflita na Presidência da República. Mas se ela ao menos
refletir no consenso da nossa sociedade, eu já alcancei o meu
objetivo. É preciso, sim, que se retome, se reafirme e se
reconquiste a confiança das autoridades deste País, hoje totalmente
comprometida, hoje altamente demonstrada pelos índices de
popularidade do Governo registrado em pesquisas as mais diferentes,
mas absolutamente suficientes para nós dizermos num apelo de
responsabilidade nacional, de responsabilidade democrática.
Presidente Dilma, eu tenho certeza de que entre os seus apoiadores
existem muitos homens e muitas mulheres que querem ajudar; deixe-os
ajudá-la e revise algumas das suas posições, retome a confiança
nacional e recoloque este País num ambiente de prosperidade, de
conquistas, de melhorias sociais, e, sobretudo, de reafirmação
democrática.

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