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| Foto: Ederson Nunes / CMPA |
Eu quero dizer que esse tema me apaixona, até porque as suas
implicações... de certa forma, eu vou fazer uma proclamação, quando não um
desabafo. Nós temos o exemplo do que eu considero o maior monumento público da
cidade de Porto Alegre, que é o nosso Viaduto Otávio Rocha. Vejam todos que nós
usamos a expressão “o nosso viaduto”, numa cidade em que tem dez viadutos. O
único viaduto que ninguém chama pela denominação, simplesmente o identifica
como viaduto, é o primeiro, ali, na Av. Borges de Medeiros. Quando cheguei me
arrastando, guri, lá de Quaraí, eu o encontrei construído. E vivi todos esses
60 anos que tenho de Porto Alegre, sabendo que viaduto é o Viaduto Otávio
Rocha, localizado na Av. Borges de Medeiros, e que a Rua Duque de Caxias passa
por cima dele.
Vou fazer uma referência positiva ao Partido dos
Trabalhadores. Há mais ou menos dez anos, fez-se uma bela reforma no viaduto,
não foi total mas consistiu no fundamental, no visual. Inclusive, a
pavimentação e a calçada ficaram inacabadas, depois foi uma briga para
continuar. Quando chegou o fim, começou a ser estragado o começo. A SMOV com
esse belo trabalho, esse estudo bem feito, deve ter quantificado as
necessidades, o custo da elaboração. O Viaduto merece e precisa de fortes
recursos.
Nós nos acostumamos, nos Municípios - Porto Alegre não foge
à regra - eles dizem: “Não, isso só com verba Federal”. É a primeira coisa que
dizem. Tem de ter verba, em matéria de cultura tem a Lei Rouanet ou tem que
estar no projeto Pró-Memória; são as únicas soluções.
Eu acho que Porto Alegre comete um exagero. Nós cometemos um
absurdo, temos mais de dois mil prédios tombados como patrimônio histórico ou listados como bem cultural. Acontece que
essa quase totalidade está abandonada porque o Município não tem recurso para
preservar tudo isso, e, entre esses abandonados, fica o nosso viaduto.
Tenho sustentado que temos de mudar, transformar a
quantidade inconsequente em uma qualidade objetiva, restringindo o número de
imóveis. Aqueles mais expressivos, que, com muito mais justiça, mereçam ser
preservados e apresentados como modelo histórico para a posteridade, minorar a
quantidade. Estou engajado nesta luta. Sabemos que vai custar um dinheirinho
pesado fazer o que tem que ser feito ali no Viaduto. Não adianta pintar. Tem
que cuidar do esgoto, tem que recuperar os elevadores, tem que restabelecer, na
integralidade, o nosso Viaduto Otávio Rocha. E, depois disso feito, nós temos
que cuidar, porque, hoje, se passarmos lá, veremos que está pichado, pintado,
tem gente dormindo, tem centro de hospitalidade, tem de tudo! Concluo, dizendo
que me faltou objetividade, mas o assunto é muito amplo. O que eu posso dizer
de mais objetivo é que a luta pela efetiva preservação deste prédio de valor
histórico é muito mais ampla. E eu estou engajado nesta luta, com visão
própria, com compromisso amplamente assumido e reassumido, capaz de dizer ao Secretário
Mauro Zacher: Mauro, isso começa lá no 4º Distrito, com aquela bagunça que
fizeram lá de 400 prédios, que lá estão atirados ao léu, e chega aqui,
escancarado, no Centro de Porto Alegre! Não pode continuar! O nosso Viaduto tem
que ser prioridade um, na frente de todas as outras!

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