sexta-feira, 13 de março de 2015

VIADUTO OTÁVIO ROCHA

Foto: Ederson Nunes / CMPA
Eu quero dizer que esse tema me apaixona, até porque as suas implicações... de certa forma, eu vou fazer uma proclamação, quando não um desabafo. Nós temos o exemplo do que eu considero o maior monumento público da cidade de Porto Alegre, que é o nosso Viaduto Otávio Rocha. Vejam todos que nós usamos a expressão “o nosso viaduto”, numa cidade em que tem dez viadutos. O único viaduto que ninguém chama pela denominação, simplesmente o identifica como viaduto, é o primeiro, ali, na Av. Borges de Medeiros. Quando cheguei me arrastando, guri, lá de Quaraí, eu o encontrei construído. E vivi todos esses 60 anos que tenho de Porto Alegre, sabendo que viaduto é o Viaduto Otávio Rocha, localizado na Av. Borges de Medeiros, e que a Rua Duque de Caxias passa por cima dele.
Vou fazer uma referência positiva ao Partido dos Trabalhadores. Há mais ou menos dez anos, fez-se uma bela reforma no viaduto, não foi total mas consistiu no fundamental, no visual. Inclusive, a pavimentação e a calçada ficaram inacabadas, depois foi uma briga para continuar. Quando chegou o fim, começou a ser estragado o começo. A SMOV com esse belo trabalho, esse estudo bem feito, deve ter quantificado as necessidades, o custo da elaboração. O Viaduto merece e precisa de fortes recursos.
Nós nos acostumamos, nos Municípios - Porto Alegre não foge à regra - eles dizem: “Não, isso só com verba Federal”. É a primeira coisa que dizem. Tem de ter verba, em matéria de cultura tem a Lei Rouanet ou tem que estar no projeto Pró-Memória; são as únicas soluções.
Eu acho que Porto Alegre comete um exagero. Nós cometemos um absurdo, temos mais de dois mil prédios tombados como patrimônio histórico  ou listados como bem cultural. Acontece que essa quase totalidade está abandonada porque o Município não tem recurso para preservar tudo isso, e, entre esses abandonados, fica o nosso viaduto.

Tenho sustentado que temos de mudar, transformar a quantidade inconsequente em uma qualidade objetiva, restringindo o número de imóveis. Aqueles mais expressivos, que, com muito mais justiça, mereçam ser preservados e apresentados como modelo histórico para a posteridade, minorar a quantidade. Estou engajado nesta luta. Sabemos que vai custar um dinheirinho pesado fazer o que tem que ser feito ali no Viaduto. Não adianta pintar. Tem que cuidar do esgoto, tem que recuperar os elevadores, tem que restabelecer, na integralidade, o nosso Viaduto Otávio Rocha. E, depois disso feito, nós temos que cuidar, porque, hoje, se passarmos lá, veremos que está pichado, pintado, tem gente dormindo, tem centro de hospitalidade, tem de tudo! Concluo, dizendo que me faltou objetividade, mas o assunto é muito amplo. O que eu posso dizer de mais objetivo é que a luta pela efetiva preservação deste prédio de valor histórico é muito mais ampla. E eu estou engajado nesta luta, com visão própria, com compromisso amplamente assumido e reassumido, capaz de dizer ao Secretário Mauro Zacher: Mauro, isso começa lá no 4º Distrito, com aquela bagunça que fizeram lá de 400 prédios, que lá estão atirados ao léu, e chega aqui, escancarado, no Centro de Porto Alegre! Não pode continuar! O nosso Viaduto tem que ser prioridade um, na frente de todas as outras! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro amigo.
Obrigado por sua participação.
Pujol