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| Foto: Vicente Carcuchinski / CMPA |
Nós vivemos na tarde
de quinta-feira, na Câmara de Vereadores, felizes paradoxos.
Recebemos a visita de
Diogo Chamun, Presidente do Observatório Social de Porto Alegre;
Marice Fronchetti, Vice-Presidente; Dionísio de Souza Nascimento da
Silva, Vice-Presidente; Pedro Gabril Kenne da Silva, Presidente do
Conselho Consultivo; Edson Garcia, Coordenador Executivo; Air
Fagundes, representante do Conselho Consultivo; Professor Meneghetti,
representante do Conselho Consultivo; Silvia Grewe, representante do
Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.
O mais saliente é que
os senhores estão todos aqui sentados, muito bem recebidos,
altamente elogiados por suas ações de voluntariado em uma Casa em
que ninguém senta nessas cadeiras, se não tiver um partido
político. Então, nós que somos vedados de participar do
Observatório temos prazer em recebê-los. Eu acho que, nesse
exército que, em primeira mão, a gente não podia admitir que
pudesse ocorrer, representa um quadro dessa Nação nos dias
presentes: a falência dos atuais partidos políticos. Eu sei que
todos os que estão – até porque conheço o Gabril de longa data,
e conheço o meu Presidente – aqui são pessoas altamente
democratas, que não admitem o totalitarismo. E o único lugar onde
os partidos políticos foram dispensados não é o lugar que vocês
elegeriam adequado para viver e colocar em prática suas ideias.
Ninguém de vocês, acredito, gostaria de entrar na União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas ou na nossa ilha da fantasia, a
ilha de Cuba. A Nação brasileira se encontra vivendo tamanhos
paradoxos, e esse é mais um deles. Eu louvo vocês por defenderem
posições que, de certa maneira, venho defendido ao longo dos meus
75 anos de idade, desde o tempo em que eu era estudante. Certamente,
eu era excomungado porque tinha uma posição divergente daquela que
era sempre vitoriosa nas eleições acadêmicas, e já teimavam por
ter posições que se identificavam com o dito de esquerda. E, desde
aquela ocasião, eu fui rotulado como posição de direita, o que eu
assumo com toda a tranquilidade nos dias presentes, porque sou o
único liberal assumido desta Casa. Para mim, ter bandeira política,
ter lado político é algo absolutamente imprescindível, é ter
posição! E acho que a posição de vocês – dos amigos e das
amigas –, de buscarem pelo voluntariado para obter alguns
resultados práticos que a Nação brasileira não tem vivido nos
últimos dias, justifica até aquilo que pode parecer um grande
paradoxo, que é esse desgosto, esse desapreço com a atuação dos
partidos políticos. Acho que o que vocês estão desaprovando são
os partidos políticos que hoje existem, não a vida de pessoas que
têm posição, que têm ideias e que delas justificam plenamente
toda a sua integridade. Por isso eu quero dizer da minha alegria em
vê-los, especialmente os mais jovens – e o Chamun não é porque
tem pouco cabelo que eu não possa chamá-lo de jovem, porque nós,
de poucos cabelos, somos eternos jovens –, a empunhar essas
bandeiras, que são as minhas bandeiras, que são as bandeiras que eu
tenho defendido como liberal, como homem de posição, como homem que
nunca deixou de se firmar na defesa daquilo em que acredito. E eu
acredito naquilo que vocês estão fazendo! Pode ser que essa
momentânea impossibilidade de eu participar junto com vocês –
porque sou um homem partidário – me criasse alguma dificuldade.
Mesmo impedido de participar diretamente, eu fico do lado de fora
torcendo por vocês, para que consigam os objetivos, porque esses são
os bons objetivos, são os necessários objetivos, são os objetivos
que eu acredito e que são indiscutivelmente aquilo que o Brasil está
precisando nessa hora. Sejam sempre bem-vindos nesta Casa do Povo.

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Caro amigo.
Obrigado por sua participação.
Pujol