sexta-feira, 27 de março de 2015

PORTO ALEGRE É DEMAIS

Foto: Elson Sempé Pedroso /CMPA
Com muita alegria, ouvi várias manifestações a respeito do aniversário da Cidade. Essa Cidade que me acolheu nos idos de 1954. Eu ainda estou, sob o alegre impacto dos festejos do aniversário da Cidade dos quais participamos - nós e vários outros colegas - lá no Auditório Araújo Vianna, com a apresentação da Gal Costa. Cantora nacionalmente conhecida, que a mim surpreendeu, inclusive, matando alguns dos meus preconceitos de ver uma baiana cantar com muito charme e extrema competência as músicas do nosso grande compositor Lupicínio Rodrigues. Mas esse dia, junto com essas alegrias, nos jogou, fatalmente, para reminiscências. E hoje aqui, acredito que um dos colegas, não precisaria bem qual deles, lembrou o Lar Santo Antônio, no extremo da Av. Ipiranga - aquela que se quer ver prolongada exatamente naquele local -, falando do Prefeito Villela. E falando num período em que nós fomos partícipes ali, ele como servidor do Município, nós como eventual diretor do DEMHAB, no crescimento desta Cidade. Uma Cidade que é uma obra multifacetada, e que várias mãos, vários olhares, várias visões a construíram. Visões diferentes, muitas vezes, mas que no fim, ao longo do caminho, acabam se conciliando, na medida em que, apesar do paisano afirmar que nem todos os caminhos são para todos os caminhantes, na vida pública, se busca o bem comum, às vezes, em posições aparente e absolutamente divergentes que, no fundo, têm alguma convergência. Aliás, Tancredo Neves dizia com muita propriedade que, quando não é possível se obter a convergência, é necessário que se organize a divergência, de tal sorte que ela não seja negativa e, sim, positiva.
Nesse contexto, e dentro desta cidade de Porto Alegre que hoje apresenta os seus conflitos sociais, as suas dificuldades urbanas, mas sobretudo o empenho de Vereadores, administradores, lideranças comunitárias, de fazê-la cada vez mais próxima dos anseios gerais da comunidade, mesmo sabendo que as reivindicações sempre serão superiores à capacidade do enfrentamento que se possa ter a todo momento e a toda hora, eu quero, em nome dos Democratas, me somar a essas manifestações que aqui ocorreram. Quero reafirmar a nossa disposição de continuar com o mesmo empenho com o qual, em 1972, iniciávamos a nossa caminhada na vida pública. Agora, aos 75 anos de idade, espero eu, até que num esforço extraordinário, numa manifestação juvenil, continuar a contribuir para que a Cidade se desenvolva.

Penso que é um bom momento para uma reflexão maior. Divergências numa Casa Legislativa são o mínimo que se possa esperar de uma ferramenta do Poder Público, onde a diversidade de opiniões é, Sr. Presidente, a característica mais fundamental que possa se registrar. Por isso, eu diria o seguinte: que o aniversário da Cidade, como qualquer aniversário, se não tem aquele bolinho simbólico, o cantar do parabéns a você - o nacional e o nosso gaudério - se não se canta isso, que se cante um hino de amor ao Rio Grande e à nossa Cidade, comprometido para que, de toda maneira possível, vencendo as nossas dificuldades e as nossas diversidades, façamos uma soma para que Porto Alegre seja, cada vez, uma Porto Alegre demais.

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