Eu, ouvi a Liderança
do Partido dos Trabalhadores na tribuna da Câmara, buscar
didaticamente explicar o que estava acontecendo no Congresso Nacional
com a discussão em torno das alterações legais pretendidas pelo
Governo Federal, pela Presidente Dilma Rousseff, a respeito do não
cumprimento das metas legais estabelecidas, como decorrência da
aplicação da responsabilidade fiscal prevista em lei. A nação, em
sua maioria, desconhece este fato. O chamado superávit fiscal a que
os governos são submetidos por lei, no caso específico da
república, é uma obrigação para que os credores da União - e não
são poucos - no Brasil e no mundo, não sejam mais prejudicados do
que já foram até o presente momento. Então, para pagar as dívidas
nacionais, por lei, o Governo Federal tem que poupar determinados
valores. Coisa que não ocorreu neste ano, acusada essa administração
federal de ter, por motivos eleitoreiros, gasto muito mais do que
poderia ter gasto, descumprindo as regras orçamentárias e atentando
contra a legislação federal deste País.
Oficializa-se, no País,
de forma categórica, indisfarçável, a regra do toma lá dá cá!
O Congresso Nacional,
está sendo chantageado a promover uma alteração na lei descumprida
para, com isso, permitir que sejam cumpridas outras determinações
legais estabelecidas em outra lei, que é a chamada Lei do Orçamento
Impositivo, pela qual as emendas parlamentares têm que ser,
obrigatoriamente, satisfeitas. E que, pasmem os senhores, em edição
extraordinária, o Diário Oficial da União publica a prova dessa
chantagem à qual estamos nos referindo, ao publicar o Decreto nº
8.367/14, que diz expressamente o que segue (Lê.): “Art. 4º - A
distribuição e a utilização do valor da ampliação a que se
referem os arts. 1º e 2º deste Decreto ficam condicionadas à
publicação da lei resultante da aprovação do PLN nº 36, de 2014
- CN, em tramitação no Congresso Nacional.”
Ou vota e aprova esse
projeto de lei, que é a alforria, é o perdão pelo descumprimento
de lei, ou então babau.
O decreto diz que não
vão ser desembolsadas as emendas parlamentares.
É chantagem, pura e
simples, estabelecida de forma expressa, escrita na lei e publicada
no Diário Oficial.
Com tranquilidade,
quero dizer que sou homem de oposição e nunca busquei, no
sensacionalismo, na injúria, na difamação ou no despropósito das
acusações infundadas, usar da tribuna, mas o momento, é o mais grave possível. Esses fatos são percebidos
pela opinião pública nacional, que começa a se exacerbar, que
começa a pedir outras providências, nem sempre as providências
ortodoxas que o processo estabelece.
Isso, é preocupante.
Nós acabamos de sair
de um processo eleitoral em que o Governo foi vitorioso - numa
demonstração que nem sempre a verdade eleitoral é a verdade
democrática, na medida em que 25% da população não foi às urnas
- e acabou conquistando 38% da população, que pediu para o governo
continuar. Mas este Governo, que tem o respaldo das urnas, começa a
ser contestado nacionalmente, e já começam a surgir ataques por
parte da oposição, dos partidos inconformados com a derrota
eleitoral.
Eu quero dizer o
seguinte: eu entendo que quem ganha a eleição deve exercer o
governo, eu entendo que quem ganha a eleição merece estar no
governo, mas não está autorizado a descumprir a lei, não está
autorizado a investir contra a moralidade pública, não está
autorizado a saquear o patrimônio nacional, e também não está
autorizado a promover a desordem e se desacreditar de tal forma que
leve a população ao desespero. Eu consigo entender os desesperados,
ainda que ortodoxamente eu queira que a Presidente seja mantida no
poder, cumpra o seu mandato, mas também assuma responsabilidade por
seus atos.
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Pujol